domingo, 29 de abril de 2012

Na Rua










A cusquice


Uma imagem vale mais que mil palavras. De Norman Rockwell.

Como disse que disse?

Ninguém me compreende. Não o digo sob o ponto de vista de uma drama queen, não é que eu me sinta ignorada e excluída da sociedade. As pessoas não compreendem o que eu digo, foneticamente falando. Nunca tive problemas deste foro mas, ultimamente, a minha dicção deve ter vindo a piorar, ao ponto de fazer arrepiar os grandes oradores da Grécia Antiga. Começo a pensar, seriamente, em procurar um terapeuta da fala, para ver se deixo de ouvir constantemente ahh?,  hein! e quê?. 
Eu não sou um bom exemplo de uma pessoa paciente, confesso. Frustra-me imenso, por vezes, ter de repetir uma ou duas vezes a mesma frase, perante um olhar arregalado e perdido. E o cenário piora, exponencialmente, numa conversa telefónica porque a minha entoação ao repetir é ainda mais ridícula, já que sou obrigada a falar muito devagar e pausadamente como se me dirigisse para uma criança pequena, surda e com um atraso cognitivo. En-tão...Co-mo...Co-rreu...O...Teu...Dia? À terceira, já o digo a gritar.   
Tenho de me disciplinar por forma a abrandar o meu discurso e melhorar a pronúncia de cada som. Corro o risco de, um dia destes, ter toda a gente a responder-me com acenos e sorrisos mecânicos e hesitantes, ao jeito de quem não entende o que lhe foi dito mas também não quer pedir para repetir. Pois, pois... Que é a resposta que os sopinhas de massa em estado avançado, e portadores de outros problemas de dicção, mais devem receber, coitados, agora percebo a sua dor. 


sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Pior Insulto Do Mundo

"És a banana na minha salada de fruta."

Detesto ter de catar as rodelas de banana por entre todos os outros frutos (realmente merecedores de constar numa salada de fruta decente) até poder, finalmente, comê-la em paz e sossego. Uma autêntica dor de cabeça! Mas porque há-de alguém conspurcar uma sobremesa de tal forma? 


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Paulo de Carvalho - E Depois Do Adeus


Porque houve tempos, não muito longínquos, em que as pessoas não podiam falar alto, só aos sussurros, com muita cautela. Viva a liberdade

terça-feira, 24 de abril de 2012

Lição de Anatomia

Hoje, na aula de primeiros-socorros, aprendi que temos um pulmão do lado esquerdo e o coração do lado direito. 


Andei toda a vida enganada.

The Kills - Last Day Of Magic



Amor selvagem e doentio. 
Há dias assim.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Yummy



The Proper Etiquette Of A Woman Dating In The 1930's





Deparei-me com uma série de dicas como estas que pretendiam aconselhar a mulher, nos anos 30 a controlar-se comportar-se durante uma reunião romântica. Para além de conselhos que nada mais são do que senso comum como "don't sit in awkward positions", "don't drink too much", "don't keep him waiting." e "greet him with a smile", há aqueles que sugerem à mulher que vá sedada para o encontro.
Nada de grandes emoções, a ideia é estar lá sossegadinha e sorridente a ouvir o senhor falar, acenando, de quando em vez, com a cabeça em sinal de concordância e respeito. Afinal de contas, o homem merece e deseja toda a sua atenção.
Toda esta subserviência e idolatria tidas como ideais, naquele tempo, na época em que a minha avó namorava com o meu avô, explicam muito acerca da sua forma de pensar e agir, nomeadamente, acerca da sua intransigência em relação a mim e da sua condescendência em relação ao meu irmão. 
Imagino-me no lugar da rapariga das fotos, tendo de passar uma noite inteira com aquele homem picuinhas e mal-encarado. Admiro, grandemente, a sua paciência. Percorreu-se um longo caminho até aos dias de hoje, é bom ver que os cânones de educação se alteraram e uniformizaram, acabando-se(?) com a disparidade homem/mulher. Não é que não me tenha ensinado a manter uma boa postura: costas direitas, barriga para dentro e queixo levantado - a minha mãe fazia questão nisso. Todavia, nunca ninguém me disse que é de mau tom falar, dar opiniões e não parecer uma boneca automática, sorridente e embevecida perante o namorado/marido/dono. 
Pudesse eu renascer em qualquer era que não a actual, imediatamente a seguir a encarnar numa  espécie de Elizabeth Bennet, na Inglaterra oitocentista, eu seria uma mulher avant-garde em inícios/meados do século XX. Quando ser rebelde tinha, realmente, sentido e razão de ser, consistindo não em faltar a aulas mas em estudar (de preferência qualquer coisa que não corte e costura e culinária) e chegar mais longe do que os bons costumes ditavam. 


Contar carneiros, em vez de fungos

Ter uma aula de microscopia às nove e meia da manhã é meio caminho andado para adormecer em cima das oculares sendo que, ainda por cima, um olho deve logo à partida, estar fechado.

Leonard Cohen - Suzanne

You can spend the night beside her 
And you know that she's half crazy 
But that's why you want to be there... 





...And you want to travel with her 
And you want to travel blind... 





A vida deveria ser um pouco assim, de quando em vez, travelling blind. Que poeta, que voz, que senhor.

sábado, 21 de abril de 2012

Incredibox


Se quiserem passar meia horinha na brincadeira: www.incredibox.com

Quando eu for grande e tiver uma casa











The Dresden Dolls - Sing

There is this thing that's like touching except you don't touch
Back in the day it just went without saying at all
All the world's history gradually dying of shock
There is this thing it's like talking except you don't talk
You sing





Life is no cabaret
We don't care what you say
We're inviting you anyway

Para O Lado Que Durmo Melhor - Confesso Que Nunca Compreendi Esta Expressão

Ainda bem que ninguém me avisou que o furo de um piercing na orelha fica a doer durante vários meses porque, se eu tivesse essa consciência talvez não os tivesse feito. Soube-o  hoje quando me queixei à minha irmã pelo facto de, passado uma semana, ainda latejarem imenso e ela se riu na minha cara. 
Agora, o remédio é aguentar. Embora esteja na esperança de conseguir arranjar na farmácia um daqueles sprays analgésicos que os desportistas usam, pode ser que funcione em cartilagem (?). Só para  aplicar durante a noite porque é para o lado direito que eu costumo dormir e, neste momento, tal não me é possível. E adormecer com a face esquerda pousada na almofada não é a mesma coisa.   

Eu queria ilustrar o texto com a imagem de um piercing no cimo da orelha mas,  ao ver as imagens que o Google me apresentou não consegui evitar o reflexo de fechar a janela, perante uma série de lobos, monstruosamente, inchados.Fica antes aqui esta garota a fazer de conta que sou eu, a fazer aquilo que eu, aparentemente, não me atreverei a fazer, tão cedo.


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Notícia de Última Hora

Não caibo em mim de espanto! Acabam de pôr no ar duas reportagens seguidas acerca da Irina Shayk ter vindo a Lisboa. Alguém na redacção do telejornal da SIC se terá lembrado de verificar se tem acontecido algo de mais importante na Terra, nos últimos tempos?
Eu sei que é difícil bater a namorada do Cristiano Ronaldo...


... a falar de lingerie. Mas, meus senhores, vamos tentar reprimir um pouco os instintos animais e tentar fazer um trabalho sério.

O Que É O Amor?


Quando alguém resolve questionar crianças entre os 4 e 8 anos quanto ao que o amor significa, podem ouvir-se as respostas mais engraçadas:

“When my grandmother got arthritis, she couldn’t bend over and paint her toenails anymore.  So my grandfather does it for her all the time, even when his hands got arthritis too.  That’s love.” Rebecca – 8 anos

“Love is when a girl puts on perfume and a boy puts on shaving cologne and they go out and smell each other.” Karl – 5 anos 

"Love is when my mommy makes coffee for my daddy and she takes a sip before giving it to him, to make sure the taste is OK.” Danny – 7 anos

“There are two kinds of love.  Our love.  God’s love. But God makes both kinds of them.” Jenny – 8 anos

“Love is when you tell a guy you like his shirt, then he wears it everyday.” Noelle – 7 anos

“Love is like a little old woman and a little old man who are still friends even after they know each other so well.” Tommy – 6 anos

“During my piano recital, I was on a stage and I was scared.  I looked at all the people watching me and saw my daddy waving and smiling.  He was the only one doing that.  I wasn’t scared anymore,” Cindy – 8 anos

“Love is when your puppy licks your face even after you left him alone all day.” Mary Ann –  4 anos

E a minha favorita:

“Love is what’s in the room with you at Christmas if you stop opening presents and listen,” Bobby –  7 anos

Não sei se estas respostas provêm, efectivamente, de crianças, encontrei-as algures num sítio da internet. De qualquer forma, achei graça. =)

No Meu Tempo


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Siga P'ra Bingo!

A partir desta semana olho para as pessoas viciadas em jogo de um jeito muito diferente e menos reprovador. Após dois anos e meio a dizer que "para a semana vamos ao Bingo", resolvi, com umas amigas, efectivamente, ir. Sendo que uma delas nos garantiu que lá, num sítio perto da Trindade, costuma ir muita gente da nossa idade e que se pode, realmente, ganhar uma fortuna (tudo falso!).


Adiante, fomos experimentar e, confesso que me desgracei. Para muita gente, ver o Mundo a desabar aos seus pés é perder a casa, o carro e poupanças de uma vida numa aposta. Para mim, não é preciso muito portanto, proporcionalmente, eu fui quase à bancarrota por meia dúzia de euros.
Apesar de ter desregulado as minhas finanças da semana, valeu a pena por ter sido uma noite hilariante. Uma espécie de tragicomédia em que ninguém fez sequer uma linha e no entanto, não conseguia parar de rir. 
Sim, é um jogo da terceira idade e sim, é repetitivo e não depende de outra coisa que não da pura sorte (ou não, porque a equidade daquele sistema é, ainda, uma incógnita para mim) todavia, e vá-se lá saber porquê, é extremamente viciante.


Daí que, devo manter-me estóica e refrear a vontade de lá voltar nos próximos tempos, para evitar tornar-me numa bingo junkie, desesperada por cartões e alucinada por números. Consigo imaginar-me colada a uma daquelas cadeiras vermelhas, debruçada sobre um cartão, com os olhos injectados de sangue e a salivar por um bingo, jogo após jogo, após jogo. Até ao dia em que alguém me arraste de lá para fora, para longe. Bem longe daquela voz afectada, cinquenta e quatro, cinco, quatro. Um, número um... É muito stressante quando nos resta somente um número, ouvir a senhora a ditar todos os outros à sua volta. Se falta o 7 saem o 6, o 8, o 17 e logo um bingo do outro lado da sala. C'os diabos!!!

Conselho Para A Vida


Nunca formes um grupo de trabalho com um colega que ande na tuna. Especialmente, se o grupo é constituído por apenas dois elementos.



terça-feira, 17 de abril de 2012

Emo Style


Entendido?

Tenho consciência que corro o risco de ser vista como fria e insensível mas, é-me difícil compreender pseudo-suicidas. Como se costuma dizer, ou sim ou sopas! Não quero, de todo, encorajar ninguém a terminar a sua vida, longe disso. Pelo contrário, o mundo seria um lugar deveras mais aprazível se as pessoas parassem de se suicidar e, mais ainda, se parassem de fingir que o querem fazer. Qual é a ideia?
Há melhores formas de chamar a atenção, esta, embora muito eficiente a curto-prazo acaba por, eventualmente, cair no esquecimento e perder o efeito pretendido. Não é por eu engolir 4 ou 5 comprimidos de paracetamol ou por atirar de uma janela do 2º andar que a minha vida vai, repentinamente melhorar. Não há paciência para essas parvoíces emo, o que mais há neste mudo são grupos de apoio, livros de auto-ajuda, episódios da Oprah e do Dr. Phil, alguma coisa há-de ser útil. 
Não quero com isto, menosprezar e fazer escárnio de quem tem problemas reais e sofre verdadeiramente, é a rapariga que faz filmes porque o rapaz de quem gosta não corresponde e o rapaz que foge de casa porque os pais não lhe dão a última playstation que me ultrapassam. 
Acabo com uma bela mensagem de esperança e alegria - ao jeito de Oprah Winfrey - a vida é demasiado preciosa para se desistir e não pode nunca esperar-se que seja um caminho direito e sem pedras, pois são todas as suas vicissitudes que a tornam tão maravilhosa. Sniff, sniff.




Porque enquanto escrevia isto, esta música me fustigava o pensamento. xD

Linda Martini - Lição de Voo Nº1




Hoje toquei num avião sem tirar os pés do chão.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Conselho Para A Vida

Quando fores tirar fotocópias, nunca esperes para chegar a casa para verificar as contas. De contrário, é muito provável que chegues à conclusão que foste roubado.

Sir. Tyler Durden


Sticking feathers up your butt does not make you a chicken. 


Em busca de uma frase bonita para colocar abaixo da imagem e título do blog, a chamada "descrição do blog", fui reler as maravilhosas frases do filme Fight Club. Por entre tantas citações impressionantes, esta fez-me desmanchar a rir. Muito pertinente, alegórica e elucidativa. 

Raios Partam Os Trabalhos De Grupo



Estou farta de fazer trabalhinhos e apresentações de meia-tigela.
Se me querem pôr a trabalhar, por favor, dêem-me temas interessantes sobre os quais pesquisar e dissertar.
Acho que não é pedir muito.
Como era bom fazer trabalhos sobre as personalidades mais proeminentes do século XX, sobre o meio ambiente ou sobre a gastronomia típica de Marco de Canaveses (not!). Saudades de Área de Projecto, no ensino básico, quando nada precisava de fontes fidedignas e tudo era copiado do Google para ser, tão pragmaticamente, colado no Word. Uma foto bonitinha aqui, um wordart, ali, et voilá!



domingo, 15 de abril de 2012

"As your bony fingers close around me"

Aconselhada por um primo, comecei, recentemente a ver uma série americana chamada Breaking Bad. Ele disse-me que se tratava de um professor de química que, ao descobrir que tem cancro do pulmão, resolve começar a cozinhar e a traficar metanfetaminas, com o intuito de conseguir algum dinheiro para não deixar a família desamparada, quando morrer.
A priori, interessei-me por ser uma série que gira à volta de química e, claro, por abordar questões morais. O modo como alguém honesto pode ser levado a transgredir, até a um ponto sem retorno. Neste momento, vou a meio da segunda temporada e o que mais me tem agarrado à série é a problemática do tráfico/consumo de droga.
A história é contada dando a conhecer a luta da polícia contra este flagelo e, por outro lado, o esforço dos traficantes para a conseguirem ludibriar. Não que seja novidade alguma, mas a série mostra o quão podre é aquele mundo. No episódio que vi esta tarde (o que até agora mais me impressionou) surge um casal de junkies com um aspecto, verdadeiramente, deplorável, sendo que a mulher não aparentava sequer ser humana. Não querendo ser spoiler vou só dizer que, a certa altura, nos apercebemos que esse casal tem um filho muito pequeno que está sozinho em casa, meio despido, sujo e com fome. Quando os pais chegam a casa o seu reflexo não é ir, de imediato, ver a criança mas sim, discutir acerrimamente pelo facto de um deles ter perdido parte do "produto" na rua. Apesar de fictício, caso pudesse eu teria entrado pelo computador e trazido aquele menino comigo, para casa. Tudo isto para dizer que me arrepiou pensar que existe, efectivamente, gente que sofre muito mais ao não ter um o raio de um pó para snifar do que ao ver um filho sem nada para comer.
Perante este tipo de ficção ou realidade (porque, infelizmente, conheço casos parecidos) desta índole que me questiono vezes sem conta - como é que algo assim pode, ainda,  parecer tão glamouroso a tanta gente? Algo que transforma o Homem num autómato, num escravo em busca da próxima dose, ao ponto de não haver mais nada. De não haver mais ninguém.


 Dépeche Mode - Dream On 

Primavera 2012 - Pronto-A-Vestir/Alta Costura


Dolce & Gabbana


                                               

Erdem





Armani Privé


                                                   

Lanvin




Elie Saab



Christian Dior