quinta-feira, 27 de junho de 2013

Declarações de dependência

Não gosto de declarações de dependência.
A única declaração de dependência que eu gosto é o álbum dos Kings of Convenience (nome de álbum genial, a propósito).
Eu detestava ser tudo para alguém. Nem metade!
Eu detestava ser a vida de alguém. Já me basta ser a minha!
Eu detestaria que sem mim a vida de alguém não fizesse sentido. Isso é que não faz sentido!
Bem sei que estas coisas, estas frases, são tidas por muitos como grandes elogios, ou até como provas de amor. Mas para mim provas orais são para quem está a rasca para passar, e portanto são de pouco mérito.
A haver provas de amor seriam sempre provas práticas, nunca seriam orais/verbais. A pessoa que pede uma prova de amor devia não a pedir, devia confiar o suficiente para não ter de a pedir, e isso sim era uma prova de amor! Prática! Pedir uma prova de amor é em si uma prova de desamor.
Provas de amor são tão parvas como as declarações de dependência. Toda a gente sabe que o ser humano foi feito para viver em liberdade, e é assim que deve ser. A responsabilidade por um dependente é uma castração dessa liberdade, não parece um bom alicerce para uma relação...
Quem quiser uma pessoa dependente de si adopta uma criança, não arranja um namorado/a.

Esta é a minha perspectiva, e parece-me um bocado estranho o que se vê por aí, por todo o lado. Acho que o "romantismo" vendido pelo cinema/tv está demasiado encarcerado na forma de pensar das pessoas.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Michelle Brito Bate Sharapova Em Wimbledon



"Wimbledon foi, nesta quarta-feira, palco de um feito histórico na carreira de Michelle Brito. A tenista portuguesa, número 131 do ranking WTA, obteve o melhor resultado da carreira ao vencer a russa Maria Sharapova (terceira na hierarquia mundial) por 6-3 e 6-4, num encontro da segunda ronda do torneio de Wimbledon. Foi a primeira ocasião em que as duas tenistas se defrontaram."

in Público 

Assim, na 3ª ronda irá defrontar a italiana Karin Knapp (em 104º lugar no ranking). 

Torçamos pela Michelle!!! 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Blur - To The End


Antoni Gaudí Faria 161 Anos Hoje

" Quan una cosa està en el camí de la perfecció, cal esprémer fins que arribi a estar del tot bé. "      
                                                                                                                                  ~ Antoni Gaudí
 
La Sagrada Familia by Antoni Gaudí in Barcelona, Spain
 
 









A homenagem do LDSL'H ao homem que fez de Barcelona uma cidade ainda mais maravilhosa.


"Em casa de vilão, nem gato, nem cão"

A minha mãe é muito interesseira, é sim. E não é por mal que digo isto, não é um juízo de valor, é um facto. Nós temos uma gatinha linda (existem fotos num post muuuuuuuuuito antigo) cá em casa, a Marie. Ela está cá há cerca de dois anos e nunca, nunca a senhora minha mãe permitiu que a bichinha transpusesse a porta de casa. A Marie fica sempre lá fora, faça chuva ou faça sol. É inflexível, apesar da fofura e ternura do animal. Sim porque quem pensa que os gatos são animais frios está muito enganado, a minha gata é uma alma carente, muito adepta de carícias e sedenta de atenção. E não foi por falta de tentativas que não foi aceite dentro de casa, tentou repetidas vezes, em vão. Foi expulsa a cada ensejo. Porque "os gatos libertam muito pêlo e sujam a casa toda" e porque "ela vai para a cozinha comer o peixe/carne/bolo..." Enfim, razões não faltam.
Ironicamente, apareceu um rato cá em casa (ossos de uma casa de campo) por estes dias. E, como por magia, os sonhos de Marie, a gata dócil, tornaram-se realidade. Pela primeira vez na História foi admitida dentro de casa. Todos os entraves à sua presença se desvaneceram porque um dos seus entretimentos é matar ratos.
Não se sabe se a bichana achou que por a esmola ser grande deveria desconfiar que ali haveria gato ou se percebeu a manha da minha mãe e se sentiu ofendida mas, a verdade é que, agora, sempre que é trazida para dentro, rapidamente foge lá para fora.
E não é que a minha rica mãe reclama? Desolada por ela não ser obediente e não empregar toda a sua habilidade de felina na caça ao(s) rato(s) que possam estar debaixo do sofá. E eu acuso-a de ser interesseira enquanto observo a gata a desparecer por entre as árvores e a miar Karma's a bitch!
 
 
 

sábado, 22 de junho de 2013

Conselho


Dar conselhos sobre estar prevenido para se o pior acontecer toda a gente faz. É importante claro, mas já toda a gente está farta de o ouvir. O conselho que deixo aqui é diametralmente oposto (mas conciliável!) :

Devemos estar sempre prevenidos para se o melhor acontecer!

Nunca desaproveitar uma boa oportunidade por não estar a contar com ela! Que triste seria! É por causa disto que aos pessimistas acabam por ter menos sorte, por não estarem preparados para a receber.


Quanto à imagem, queria só dizer (de uma forma nada apartidária), que às vezes precisar de um médico e "ter sorte" podem ser a mesma situação...

O Homem-Farol

O Homem-Farol passa os dias apagado, e as noites sozinho, avisando quem passa para não se aproximar de si. Numa cadência mórbida lança o seu olhar altivo em todo o seu redor, procurando o que não quer encontrar. Procura quem quer que se aproxime, só para repetir mais uma vez que não lhe devem chegar perto. Não sei se é porque quer ou porque tem, não sei se é altruísmo ou maldição. Mas é triste.
Despede-te Homem-Farol, que há outras formas de empregar a tua luz!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Urinar em via pública

Os contentores do lixo são muito provavelmente o local mais requisitado para aqueles cuja aflição supera a vergonha. E se é certo que por vezes a aflição será deveras marcada, marcada o suficiente para suplantar a vergonha, que se diga que na grande maioria dos casos o problema reside na pouca vergonha e não na muita vontade.
A popularidade dos contentores do lixo como o local para consumar o acto é curiosa. Não se deverá provavelmente ao facto de terem a indicação "outros resíduos" (até porque os da reciclagem também são igualmente visados), mas antes às suas dimensões que parecem propícias para encobrir o acto vergonhoso.
É certo que será sempre condenável numa via pública, mas a acontecer, os contentores serão até um dos lugares com menos impacto, visto que aquela zona já cheiraria mal habitualmente. Não é portanto uma mal de novo, é antes o agravamento de um pré-existente. Mas isto não desculpa ninguém, porque (em bom português clássico) quem lá vai mijar não pensa nisto de certeza! E eu próprio só penso porque todo o santo dia ao chegar a casa levo com o cheiro, renovado a cada noite, dos contentores da minha rua! E não é do cheiro ao lixo que eu estou a falar, que esse comparativamente é bem mais suportável. E o pior disto tudo é que me estraga aquele bom mood com que fico depois de passar 30 metros antes pela casa dos hambúrgueres e cachorros!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um ditado e o darwinismo

Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
É assim que diz o ditado.
Já confirmei várias vezes que é verdade, empiricamente. Quando as pessoas estão com fome e não têm comida disponível, ou prevê-se que ela demore muito a chegar, chegam a situações de litígio com problemáticas irrelevantes. Quando as pessoas estão com fome discutem com muito mais facilidade! Mas porquê?
Para percebermos isto temos que recuar até ao período Paleolítico, quando os Homens caçavam mamutes com paus e pedras. Nessa altura os Homens viviam em eterno sobressalto, temendo constantemente serem atacados por uma fera que os visse passar. Passavam a maior parte do tempo escondidos em cavernas, amedrontavam-se e amontoavam-se perto de uma fogueira feita sem acendalhas, e essa proximidade dos corpos fazia com que o medo se dissipasse um pouco e com que copulassem muito. Depois de copularem já se sabe, ou vinha o sono ou vinha a fome, coisa que também se manteve na espécie até aos dias de hoje. Ora quando vinha o sono não havia grande história para contar, tirando que ressonavam ainda mais do que hoje se ressona, porque os roncos assustavam e dissuadiam eventuais predadores. Já quando vinha a fome...
Quando vinha a fome os homens normalmente não tinham frigoríficos para abrir, e os que tinham acredita-se que estivessem vazios. Posto isto enervavam-se, tal como hoje. Dentro daquele espírito neandertal (atenção que não descendemos dos neandertais, mas o adjectivo fica aqui bem) crescia o ódio, a raiva, aquela agressividade que vem com a fome, e como na altura ainda não estava na moda a violência doméstica, os homens que antes estavam covardemente atrás de uma fogueira, agora impelidos pela raiva, saiam disparados da caverna e extravasavam aquela cólera toda matando uma besta de 10 toneladas à paulada. Depois disso comiam o mamute cru, como um Homem deve fazer, e regressam à caverna. E depois de saciados ou voltam a dormir ou a copular.
E foi assim que foram vingando os homens mais adaptados: nós descendemos dos que mais se enervavam quando tinham fome, porque no fim de contas esses comiam mais (e acasalavam mais!)
Por isso sempre que te irritares quando quiseres comer e não tiveres bolachas em casa, lembra-te que é normal! E também que foi por isso que se extinguiram os mamutes.
Agradeço quem arranjar uma revista científica interessada em publicar a minha tese, tipo a nature.

Promessas e Inícios - VOLTÁMOS!

Promessas são o provável início para desilusões! Nem falemos nas políticas, podemos mesmo ficar pelas nossas promessas do dia a dia, os nossos compromissos. Comprometer é um acto perigoso, mesmo que a intenção seja a mais pura, mesmo que na altura de firmar o contrato a vontade de cumprir seja a mais vincada. Acontece que só o facto de dever já ameaça o querer. E isto é exponencial com o tempo. A obrigação (mesmo a voluntária) mata a vontade, e uma vez a vontade perdida está o caldo entornado. E eu pergunto-me sempre se este caldo é caldo verde.
Ora nós, Déjeuner sur L'Herbe, comprometemo-nos a voltar no início de Junho, e esse é que foi o mal. O mal foi instituir a obrigação. E não há área em que a obrigação mais mate do que na área criativa. Se eu for obrigado a lavar vinte pratos, lavo, e lavo até mais rápido do que se não for obrigado. Agora se eu for obrigado a escrever três poemas a história será bem diferente... Aqui foi isso que se passou.
Por isso volto a dizer o que já vimos: promessas são o provável início para desilusões.
Mas e o início o que é? O início é uma subdivisão do todo. A primeira delas. Há coisas que têm início, meio e fim, como as redacções da primária, três paragrafozinhos. Há outras coisas que têm mais divisões. Mas para existir um início só são estritamente necessárias duas partes, sendo a segunda o fim. Então dividamos o nosso todo — o mês de Junho — não num início, meio e fim mas apenas nas requeridas duas partes. Eis que vemos que 12, o dia de hoje, figura na primeira metade, isto é, no início, segundo esta definição!
E assim, apesar de tudo, não vos desiludi! Mas a que custo argumentativo... Portanto, moral da história: sempre que possível evitem compromissos que não são necessários, pelo risco inocente de não os honrarem!

P.S.: A outra área em que a obrigação mata tanto como na criatividade são as relações. Não quero com isto arar nenhuma terra para o meu conselho anterior adubar, mas claro está, cada um vê e pensa por si.