terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Noite de Carnaval

Esta é uma noite rara. Nesta noite, e só nesta noite, os super-heróis descem a uma condição mais frágil, mais humana. Estão vulneráveis ao ponto de facilmente se poder encontrar o incrível Hulk a chorar baba e ranho na urgência porque torceu um pé, ou o Super-Homem que não aguentou com tantos shots como pensava (aparentemente super-homem ≠ super-fígado). E mesmo o Wolverine regenera tão mais lentamente que chega a necessitar dos cuidados do nosso SNS.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Frozen heart (2)

Há uns meses escrevi aqui uma reflexão com o mesmo título deste post. É ela, em súmula ou por inteiro, uma só frase:
"O bom de não ter sentimentos é não se poder ficar triste por causa disso."

Na altura não acrescentei sequer uma imagem, por não me ocorrer nada que encaixasse devidamente.
Mas entretanto passei por um quadro de Dali perfeito para isso — O nascimento de uma divindade.


Não me vou pôr aqui a descrever extensamente o quadro, mas aquele coração rochoso a emergir de um lago gelado, o torpor daqueles olhos... Dor, angústia? não, muito para além disso já — só entorpecimento mesmo. O apagamento emocional da figura... parece feita de encomenda.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A estupidez e o surrealismo

Num tabuleiro de xadrez algures na Índia, onde o pai do xadrez nasceu, está um puro-sangue lusitano à conversa com São Nicolau:
— Parece aborrecido... — comenta o equídeo como quem pergunta o que se passa.
— Nem vou estar aqui a contar-lhe toda a história, mas em resumo é isto: detesto gente estúpida! — reclama, desconcertado, o bispo com um barrete vermelho.
— Não despreze a estupidez — contrapõe o cavalo — que ela é o surrealismo dos pobres (pobres de espírito claro está)!

Entretanto, e sem os outros se aperceberem, passava um peão, partidário dos pobres de espírito, fazendo piruetas consecutivas, julgando-se, porventura, um pião.
Terá ouvido a conversa e gritou-lhes:
— E sabem o que é o surrealismo? — não esperou uma resposta — É a estupidez, só que cuspida da boca dos presunçosos! Só ganha o título quando lhe vão ver na etiqueta a origem!
Logo se gerou grande confusão entre São Nicolau e o peão, mas o burburinho não teve muito tempo de se espalhar. A rainha saiu dos seus aposentos e comeu prontamente o bispo. E restaurou-se o silêncio.
Claro que pelas vielas mais sombrias do tabuleiro se ouviam comentários de que o estado deveria ser laico e era um mau princípio aquele tipo de promiscuidade entre o clero e os governantes... mas há sempre más línguas.

Ao fundo, do outro lado do tabuleiro, do alto da sua perspicácia, dizia uma Torre que este texto tanto era uma auto-crítica como simultaneamente a sua defesa!

Dúvida existencial

Esta é uma dúvida que me passa frequentemente pela cabeça. Sempre que vejo ou uso a expressão.

Como interpretar a expressão First World Problems ?

Como uma expressão de chacota dos problemas de que o "primeiro mundo", o mundo ocidental, se queixa ?
Ou como uma ironia dizendo que o problema em questão é dos primeiros, dos mais relevantes, dentre os problemas do mundo (quando na verdade é irrelevante)?

Basicamente, dizendo isto de outra forma: como é que mentalmente lêem a expressão?

"First     world probems" ou "First World        problems" ?

alguém dirá agora, e muito bem, sobre este post :
First world problems...