sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O problema de Portugal - 2

O problema de Portugal era que o que os portugueses mais gostavam de ver na televisão era novelas brasileiras.
Agora já não é assim. Viva o nacionalismo!!
Agora o problema de Portugal é que o que os portugueses mais gostam de ver na televisão é a casa dos segredos.

Mudam-se os tempos, mudam-se os canais. O vácuo de conteúdo nem por isso.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O problema de Portugal

O problema de Portugal não é ser um país de 10 milhões de habitantes. O problema de Portugal é ser um país de 10 milhões de portugueses.
10 milhões que pensam à português, e agem à português. 10 milhões de despreocupados no início do mês e 10 milhões de coitadinhos mais para o fim do mesmo mês. Em Portugal sofre-se muito de coitadismo. O problema de Portugal é que tem políticos portugueses, com a agravante de ter eleitores portugueses.

A sorte de Portugal? é que pode ser que um dia volte a lembrar-se de ser um país de 10 milhões de PORTVGVESES.

e este cliché espirrado aqui no final? hã?

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Duas explicações

Porque é que ignorância é felicidade?
Há duas formas de responder. A simples e a complexa.
A simples, e não menos verdadeira:
Porque as coisas geralmente nunca são tão belas como aparentam superficialmente. Conhecer é ver em maior profundidade, onde estão os bolores e as imperfeições, e ficar desagradado com isso. Ignorar, é ver a camada superficial e plástica, pasmar-se com ela, adorá-la incondicionalmente e ser ingénuo mas feliz.
A outra explicação:
O conhecimento é um processo ingrato. A satisfação é a sensação de possuíres aquilo que te importa. Se não souberes que há outras opções nunca estarás insatisfeito com o que tens. Se nunca explorares verdadeiramente as outras opções também não sentirás a falta delas. O segredo é não saberes o que não tens. Escolher é sempre perder algo.
Faz um só desenho para a tua vida, e transforma-te nele. Ama só uma mulher. Saboreia só uma cidade até a sentires tua. Vive só num país e grita só por ele. Apaixona-te só por um grupo restrito de actividades e de interesses. Poucos e bons, como recomenda o povo sábio. O teu povo! Segue desde o princípio uma só filosofia de vida, uma só posição política, uma só religião. E fá-lo amando sempre essa mesma mulher, nessa mesma cidade, a tua cidade, ouvindo aquela mesma banda, a vossa banda. Acredita piamente que tu foste feito para te encaixares na perfeição, e só, com aquilo que reuniste à tua volta. E sentir-te-ás confortável com as tuas escolhas e com o que lhes dedicas. Nunca te sentirás em falta.
Ou então explora, abraça e apaixona-te por muitos caminhos. Mas fá-lo sabendo que nunca mais serás completo. Parte. Vai. Parte. E depois parte-te, porque é inevitável. Nunca mais serás um todo. Deixarás sempre algo para trás.
Aventura-te mas sabe que carregarás sempre a saudade, e algo mais do que a saudade, que eu não sei bem o nome. Mas será assim, para onde quer que vás. E para onde quer que voltes.


para acompanhar o texto, parallel lines.

domingo, 16 de novembro de 2014

Caso de estudo: O copo

Há um copo sedentário na janela do quarto há semanas. Observo-o todos os dias, nunca se move. Não se põe à sombra nem procura o sol. Impávido, está lá plantado, estou quase certo. Os copos da cozinha não são assim. São nómadas. Ora estão na mesa, ora estão na banca. Às vezes estão sequinhos no armário, outras vezes cheios de água cá fora. Ou ainda no meio termo, molhados e a secar no escorredor. Os copos que habitam a cozinha não passam 2 dias no mesmo sítio.
Pergunto-me porque é que aquele escolheu ser assim. Pergunto-me se escolheu sequer. Talvez seja o seu destino. Talvez o deus dos copos o tenha feito assim e querido assim o seu destino. Talvez apenas espere passivamente que o seu destino mude, porque está escrito. Outro copo, com crenças diferentes talvez se tivesse levantado e migrado até à cozinha. Mas este não.
Se ao menos eu pudesse fazer algo para o mudar... 

(Para que não pensem que estou aqui apenas numa história surrealista non-sense gostava de lembrar que a cultura popular já se debruçou sobre esta temática (de forma menos estilizada é certo) há incontável tempo, e deixou-nos ensinamentos como "fia-te na virgem e não corras")
(que me perdoem aqueles para quem bastava o texto sem esta adenda!)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Aquela sensação

de quando parecem estar a aldrabar as coisas mas vão reafirmando (vezes demais, em tempo de menos) que está bem, que está bem, e que logo ainda vai estar melhor...
e no fim confirmam-se as suspeitas.

domingo, 2 de novembro de 2014

Todos falam da beleza e da magia de se apaixonar...

mas e sobre a situação inversa, ninguém fala ou escreve?

Ao contrário da única ideia vendida em massa, o término de uma relação pode ser uma mudança de consequências agradáveis.


O Mundo é um local mais bonito e estimulante depois do fim de uma relação.
As cores são mais vivas e brilhantes.
Há mais claridade por toda a parte. Ou é das janelas que aumentam ou é a luz que entra que é mais forte.
Ou então é dos olhos.
O ar é mais leve.
As pessoas são mais interessantes...

É como a frescura de virar a almofada ao contrário numa noite abafada.