quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Aimee Mann - Pavlov's Bell

Trabalho Árduo

Aparentemente, uma grande parte das pessoas acima dos 50 anos pensa que sempre que alguém está em frente a um computador está a estudar/trabalhar arduamente. Ainda que no ecrã estejam a passar imagens de um filme...
E é uma chatice! Essa suposição faz-me sempre sentir culpada porque, de facto, na maioria das vezes que estou em frente ao computador, não estou a fazer nada importante.


sábado, 21 de setembro de 2013

Chomp, chomp, chomp

Há muita gente que me incomoda no autocarro. Não sei bem hierarquizar por grau de intensidade, cada um tem as suas particularidades. Mas quase não há viagem em que não encontre alguém que me apeteça expulsar do autocarro, ou do planeta. Muitos são os casos que povoam as "caminetes" da STCP. Gente a conversar aos gritos (ou alguém a falar ao telemóvel) é muito comum, por vezes até a discutir e podem ser de qualquer faixa etária ou género. Frequentemente, tenho o profundo infortúnio de ter um senhor (nunca vi mulheres assim, até agora), que tresanda a vinho, a sentar-se precisamente a meu lado. Não entendo como se chega àquele ponto de mau cheiro, às vezes logo pela manhã. Devem ser muitos dias a beber vinhaça sem lavar os dentes, tomar banho ou mudar de roupa. A pestilência é um mal geral ao ponto de não ser possível distinguir de que parte do corpo vem, é como uma nuvem que envolve o indivíduo. Outros odores desagradáveis povoam os autocarros, sendo os mais notórios o mau hálito marcado e o simples cheiro a pessoa que não se lava há uma semana. É incrível a força que a sujidade tem. Seria a perfeita arma de guerra, porque o cheiro a sujidade concentrado é insuportável e uma bomba dessas levaria os soldados inimigos à loucura, sem o inconveniente da destruição massiva e da radiação.



Hoje de manhã, quem me perturbou foi uma rapariga. Diametralmente oposta a mim a rapariga mascava uma pastilha elástica - uma pedra no sapato da etiqueta. Claro que não se limitou a mascá-la discretamente para não importunar quem viajava à sua volta. Nunca sequer lhe passou pela cabeça o quão aquele ruído repugnante que produz ao apertar e soltar os dentes da pastilha soa mal e irrita. Nunca ninguém a aconselhou a não o fazer. Ela descende de uma longa linhagem de pessoas que mascaram pastilha elástica orgulhosamente com a boca aberta. E continuará a fazê-lo porque para todas as pessoas próximas dela é algo normal e perfeitamente aceitável. Os seus filhos fá-lo-ão de igual forma porque o mais provável é que se case com alguém igualmente ignorante do bom-senso em sociedade. Perdoem-me a rispidez, mas ouvir e ver alguém a fazer bolas de chiclete, repetidamente, a meio metro da minha cara, despoleta este ser inflamado e intolerante em mim. Ainda agora ouço aquelas bolas a rebentarem à frente daquele olhar vazio de quem nunca pensa em grande coisa para além do como usar a maior quantidade de ganga possível num dia só. Eu tenho-me controlado. Bastante. Mas se um dia destes houver uma grande zaragata num dos autocarros da STCP, provavelmente serei eu a perder as estribeiras a exigir a alguém que escove os dentes ou que ponha  o raio da Happydent no lixo (ou na boca do senhor com péssimo hálito, eram dois coelhos...).

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Não Faltar À Palavra

O Compal de manga sabe a manga podre. Não é que não saiba ou não tenha manga, tem, só que é podre. Não induzem o consumidor em erro, só diz no rótulo "Compal Manga", não diz "Compal Manga que não está podre". Nisso louvo-os, porque não mentem. No sabor em si, não louvo tanto.
Todo o resto da gama de sumos da Compal (a parte que já provei) sabe a fruta ainda numa fase comestível, e por acaso gosto disso, combina melhor com a minha personalidade, mas hoje pedi um de manga e resolvi partilhar a experiência.

sábado, 14 de setembro de 2013

A aparente não relação

Em que é que saber tocar guitarra me pode ajudar no supermercado?
Não tendo moedas de 50 cêntimos ou 1 euro para tirar um carrinho, uma palheta faz as vezes do capital, e até melhor, porque pode ser tirada sem devolver o carro. Se é daqueles que acha que é abuso de poder, coação e trabalho forçado ter de arrumar o carrinho de supermercado para reaver a sua moeda, então aprenda a tocar guitarra.
Claro está, pode apenas arranjar uma palheta, mas não irá mantê-la diariamente na sua carteira com o prazer que faria se efectivamente pudesse tocar com ela. E se há coisa importante é o prazer com que põem coisas na carteira. Veja-se o exemplo paradigmático do dinheiro. Pode-se pôr muito dinheiro na carteira fruto de um trabalho que não é aquele que o realiza, um trabalho do qual não gosta. Vai tapando a frustração com aqueles edifícios europeus que vêm desenhados nas notas, mas não as mete com muito prazer na carteira, e como já disse isso é fulcral. Compra coisas com essas notas, mas é sempre agridoce, porque se por um lado o consumismo o distrai um pouco da sua insatisfação, por outro, quando paga e a sua carteira fica com mais espaço livre, lembra-se que vai ter que a encher de novo. E como? A fazer aquilo que não gosta - o seu trabalho!
Por isso aprenda a tocar guitarra, não compre apenas a palheta. Se não aprender, então em vez da palheta tenha sempre uma moeda de 50 cêntimos consigo, mas só se conseguiu essa moeda de uma forma que o faz feliz. Se não tem forma de obter essa moeda sem frustração, então volte ao início do algoritmo e aprenda a tocar guitarra, porque isso vai distraí-lo com mais qualidade do que comprar um rolex.
Se nada disto resultar passe a fazer as suas compras numa mercearia porque lá não há carrinhos de compras.

Drogas Sociais

Uma banda desenhada sobre como actividades tão díspares são na verdade formas diferentes de procurar o mesmo prazer, ou melhor dito, a mesma fuga imatura, a mesma consolação doentia de um ser carente e frágil. Forma rara de transmitir ideias deste cariz. Uma bela peça de arte.



Para quem não reparou, e porque merece que se leia: escrito por Marc Maron, ilustrado por Gavin Aung Than

domingo, 8 de setembro de 2013

A Cada Vez...

... que passo uns dias fora de casa, deparo-me com a ausência da minha almofada na cama. E, miraculosamente, encontro-a sempre no sofá da sala. --'


Será muito, pedir um bocadinho de respeito?