quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Garota e Gatinha de Ipanema

A propósito do meio século de existência da música Garota de Ipanema, que a Inês nos deu a conhecer,
lembrei-me de vos mostrar a versão inicial da letra, cujo nome era

Menina que passa

Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com medo da vida
Com medo de amar
Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheio de balanço
A caminho do mar

face à versão definitiva, 
Garota de Ipanema

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
No doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

Depois procurei uma imagem da Helô Pinheiro, que na viçosa beleza dos seus 17 anos costumava passar pela esplanada do bar que Tom Jobim e Vinícius de Moraes frequentavam lá em Ipanema. Passava ela, rumo ao mar; ficavam eles, inebriados pelo brilho que o sol e o céu azul do Rio faziam luzir naquele torneado moreno, e, naquele deslumbramento exacerbado que as coisas que passam perto mas não são tangíveis provocam, lá lhe compuseram uma grande música. E nessa frutífera busca na internet, eis que a encontro, Heloísa Pinheiro, à direita, que no seu instinto maternal cobre delicadamente a nudez sensual da sua cria, Ticiane Pinheiro.







Esta produção, consta, foi feita em 2003, para a Playboy. Era esta a fotografia que figurava na capa da revista, com a seguinte adenda: "Olha que coisa mais linda! A garota e a gatinha de Ipanema."
No resto das fotografias da produção constavam comentários às fotografias como: "corpo dourado", "cheia de graça" ou "doce balanço" (este ultimo numa foto em que mãe e filha dançam, juntas e desnudadas). Para além disso havia um cavalo branco, cujo significado talvez por inexistente não decifrei, com o focinho nas mamas da mais nova das duas. Ao ver tal retrato irrompeu a trote a ideia de que passar de cavalo para burro seria depois tirar uma foto nas mesmas condições com a mãe.

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