Na sequência das comemorações da mudança de URL do Déjeuner Sur L'Herbe, fazemos uma edição especial de uma rubrica já habitual que costuma ser endossada a um certo Pedro Pinto. Por isso - Indecências - não naerva, mas antes, d'erva.
e ainda um tributo espelhento aos leitores visualizadores (que normalmente há pouco que ler) habituais dessa rubrica/espaço
Taylor Wilson é um rapaz de 18 anos que criou um reactor de fusão nuclear... Na garagem!
Aos 10 anos, memorizou, numa semana, todos os números atómicos, massas e pontos de fusão dos elementos da tabela periódica, mas eram as duas últimas filas de elementos que o fascinavam. Aos onze anos de idade, procurava urânio com o pai no deserto de Novo México e comprava frascos de plutónio pela Internet.
Muito embora "naerva" possa remeter para práticas recreativas de cariz ilícito, não se precipite o leitor julgando que alguma relação possa aí existir. Trata-se somente de uma tradução, não muito fiel, por sinal. Considerámos que "naerva" seria mais imediato do que o mais correcto "sobreaerva".
Noutro dia, numa das minhas divagações pela Invicta, tive a infeliz oportunidade de constatar que aprender a tocar o tema do Titanic na flauta de bisel ainda faz parte do programa de Educação Musical. Aquele que é, para mim, o pior instrumento do Mundo, o mais propenso à desafinação, o mais estridente, nas mãos de uma miúda que achou por bem praticar a My Heart Will Go On no centro comercial abaixo de minha casa, precisamente no momento em que eu passava. Entendo que seja um instrumento barato e relativamente fácil de aprender a tocar, daí ter sido eleito para os professores ensinarem uma vez por semana, numa aula de 90 minutos, a turmas de alunos que, maioritariamente não possuem formação musical. Mas pelo menos não lhes ensinem a tocar peças daquela intensidade. Fiquem-se pelo Grândola, Vila Morena e melodias do género.
Para além de The Sims e Sonic, o jogo de vídeo da minha vida é o Roller Coaster Tycoon. Estão a ver, aquele joguinho em que éramos o dono de um parque de diversões e podíamos construí-lo e dirigí-lo a nosso bel-prazer? Até ao ponto de podermos pegar nos funcionários de limpeza e posicioná-los estrategicamente para que limpassem o vomitado dos visitantes. Exactamente o tipo de coisa que adoro, ter o poder de tudo manipular, ao alcance de um clique (Muhahahahaha!), não é à toa que também perdi anos da minha vida a jogar The Sims 1, 2 e 3. Serei uma control freak? Verosímil, mas não vem ao caso.
Encontro-me num dilema, numa encruzilhada manhosa, hoje senti um súbito ímpeto de instalar o jogo no meu PC para relembrar os bons velhos tempos mas a época de exames avizinha-se e eu... Sou fraca, muito fraca no que toca a resistir à tentação começar a jogar e sei que se principiar a jogatina hoje, daqui até os exames começarem ainda não me terei aborrecido do jogo e pimba vou chumbar a todas as cadeiras (menos a duas que são tão básicas que poderia ter um ataque de riso crónico caso chumbasse. Por outro lado nunca se sabe e talvez me esteja para aqui a armar e ainda venha a ter uma surpresa. Retiro o que disse escrevi), por falta de concentração. Porque já me conheço, ainda que não esteja, efectivamente, a jogar, vou estar a pensar nisso, nomeadamente:
Quais as novas atracções a adicionar ao parque;
Como optimizar a distribuição das atracções, comes e bebes, quartos de banho, etc;
Devo ou não despedir uma das mascotes que, apesar de engraçadas, em boa verdade, pouco contribuem para os lucros;
Quais os preços que poderei aumentar;
Como decorar aquela área do parque anda não preenchi com árvores, fontes, banquinhos e estatuetas que deitam fogo;
Como ficariam os carrinhos de choque se mudasse o tecto para verde;
Que música ambiente por no carrossel;
Já que nunca chove, que falta faz lojinha dos guarda-chuvas;
Que tal começar a afogar no lago aqueles visitantes que se limitam a passear e não fazem despesa;
Não sei por que raio é que a prole da minha gatinha foge de mim a sete pés. Eu sou uma dona amorosa, julgo que já lhes dei várias provas disso, basta verem como sou doce com a mãe deles e como ela gosta de mim. Conheço-os desde bebés, acompanhei-os desde então e só não lhes mudei as fraldas porque... Enfim, pelas razões óbvias. Eles tratam-me como uma estranha quando eu tantas vezes lhes fiz companhia ao longo de várias gripes e outras enfermidades, fui eu quem cuidou deles quando apanharam a varicela, a rubéola, a sarna e o sarampo, e é esta a minha recompensa, parte-me o coração. Não sei como tapar este fosso que entre nós se impôs... É muito triste!
Numa altura em que somos injectados com apelos constantes à cooperação, entreajuda e criatividade para superarmos os problemas actuais – DINHEIRO (é até por isso que tem um símbolo do euro na guitarra) – deixo-vos um exemplo musical desses valores e aliás uma sugestão económica para equipar uma banda. Mais barato só a capella.