sábado, 23 de janeiro de 2016

Tatá, a Baronesa de Lazarim

Acredita se lhe disser que plantou uma arca vitoriana mesmo ali no meio do salão. Não acha que é mesmo de quem não sabe o que fazer ao mobiliário. Se já não tinha espaço, guardava nos arrumos. Ou, se queria preencher o espaço, para não dar um ar assim tão despido à divisão, punha um confident ou um pianinho de cauda e até lhe punha em cima uma jarra da Vista Alegre Atlantis. Quem diz uma jarra diz outra peça como aqueles anjinhos com asas em biscuit sentado da edição especial, que fizeram agora para o Natal. São engraçadíssimos. Em cristal, por tudo o que é mais sagrado, em cristal, não me andem a pôr vidro. A piroseira, como umas e outras, a encher o bar com frascos e garrafas de vidro, é uma falta de estima pelo uísque malte de 20 anos. Fizesse eu tal, o Álvaro não me perdoava. É que podia esquecer a minha gargantilha nova pelo aniversário. É um querido, adora-me de morte, mas há faltas que não tolera. E é uma questão de bom senso, já se sabe que no vidro o sabor nunca é o mesmo. Mas atenção que a moda já não é o que era, a rolha diamantada, giríssima que ela é, já não se vê. Agora é tudo muito mais assim para o minimalista, sem exagero na lapidação de base e a rolha, se tiver, é um detalhezinho muito singelo. Ainda que a sua casa seja clássica, tome atenção, a menina não quer passar-se pela pindérica de Odivelas que chegou anteontem à Linha. E não deixa de ser uma delicadeza que faz à criada, a pobre criatura vai agradecer-lhe horrores por ter menos reentrâncias na hora de limpar o pó. 



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