domingo, 21 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Quadrada
É uma nomenclatura, como outra qualquer, e vai-se a ver, aflige-me resolver uma equação em busca do valor de outra coisa que não xis. Ó pá, não-me é natural. A meio, já não sei onde anda a incógnita, o zê passou a 2 ou o ípsilon transfigurou-se num 4. E estas são as letras que o meu cérebro considera no domínio do razoável. Agora, aparecerem-me agás e éfes. Senhores da Porto Editora, agá é altura e éfe é função.
Um cabeça-no-ar agarra-se a estes mecanismos de organização para atingir o nível de eficiência de um adulto médio. Mecanismos que passam por ter muita cautela ao designar incógnitas. Se eu tiver palavra na matéria, uma variável vai ser sempre xis. As constantes são kapa. No máximo, á ou bê, que é o que ainda faz algum sentido. Se é inteiro, éne.
Não vejo que seja assim tão mau seguir convenções, de vez em quando. Então se não se tem a caligrafia mais regular do mundo...
O texto original tinha 2x o comprimento. Abusei, abusei nos trocadilhos com conceitos matemáticos. Tudo apagado. Puxei do Português e indrominei uma síntese. No final de contas, ficou igual ao litro (que é como quem diz, igual ao decímetro cúbico). Já agora, um momento para reparar naquilo que é chamar capacidade ao volume.
O texto original tinha 2x o comprimento. Abusei, abusei nos trocadilhos com conceitos matemáticos. Tudo apagado. Puxei do Português e indrominei uma síntese. No final de contas, ficou igual ao litro (que é como quem diz, igual ao decímetro cúbico). Já agora, um momento para reparar naquilo que é chamar capacidade ao volume.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Exhibit nº1

Percebe, estes anos todos, achei que era de casa. Todos estes anos, não percebi que sou uma visita. Daquelas que exigem cuidado e trabalheira antes de receber e a quem não se está à vontade para dizer, agora vá se lá embora que tenho de ir fazer o jantar. Não imaginei que desatasse a correr buscar a vassoura quando partisse o copo. Compreenda a minha surpresa. Desculpe-me, por o ter recebido em minha casa, com a toalha de todos os dias, sobre a mesa, com sombras de nódoa de vinho e café. Se me tivesse avisado, teria posto uma das toalhas de linho, não vá o amigo regressar a sua casa com a impressão errada. Espero que não se tenha ofendido comigo, não foi por mal. Merece tudo do melhor. Merecia a prata e a porcelana.
A vida corre, invariavelmente, bem, obrigada. Nunca pior, enquanto houver saudinha. Desculpe não ter tido essa deferência consigo, polida opacidade. Tratei-o com a transparência habitual de quem entra pela porta da cozinha, sem limpar os sapatos no tapete. As minhas palavras não costumam ter um significado alternativo, não perca tempo a tentar desconstruí-las.
O amigo vai desculpar-me, eu tenho o maior respeito por si, mas não me apetece. A canseira é tal e não consigo puxar pela cabeça. Não me peça isso. Não fique triste. Não se esforce. A sua expectativa é demasiado pesada para mim. Por favor, não me obrigue a calcular, não torne cada conversa na defesa, ansiosa, da minha intelectualidade. do meu valor e excepcionalidade. Esteja à vontade para corrigir-me a cada gaffe, mas não espere que faça o mesmo. Não tenho como provar-lhe não ser miserável. Não tenho como provar-lhe a veracidade da minha felicidade, não me mace.
Fazemos assim, quando me vir na rua, pergunte-me como vou. Hei-de responder-lhe positivamente, da forma mais convincente que conseguir. Delicadeza, em nome dos bons tempos. O amigo devolver-me-á o seu sorriso, ainda mais largo, mais branco. Eu não duvidarei de si, para mim não é difícil, entende? Eu conheço-o de ginjeira, bem sei que é um tipo porreiro.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Conduzir com um Sabichão ao Lado,
é como estar, sossegadamente, sentado ao computador, a jogar solitário, até que passa alguém por trás de nós que decide permanecer. Com o queixo a tender para o nosso ombro, expirando, ruidosamente, na nossa cabeça, e entretido a apontar-nos todas as próximas jogadas.
Instala-se a urgência de recuperar o divertimento perdido, sem ser mal-educado. A estratégia óbvia é alegar a falta de vontade ou aptidão para jogar solitário. Passamos para o, significativamente, menos popular, freecell. À partida, a assistência acabará por desmotivar. Caso contrário, recorre-se ao minesweeper.
Infelizmente, nunca pude fazer uso das copas, é jogo que nunca entendi.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
RTP 3: Rui Rio
Conhecimento, discernimento e rectidão são qualidades incomuns na nossa esfera pública, ergo sabe sempre bem ouvi-lo. Opiniões claras e concretas de quem, calculo, não deve nada a ninguém, e a ponderação e sensatez de quem fala com imparcialidade.
Assistir
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Lume Brando
Uma beata de cigarro mal apagada cai ao chão e queima um pinhal, assim, enquanto o diabo esfrega um olho. Venham bombeiros, populares, helicópteros, venha quem vier. Isto é o que acontece nas matas. Na lareira, meia dúzia de troncos não ultrapassam uma incandescência tímida. Nem pinhas me valem, nem acendalhas, sequer o jornaleco com a promoções do LIDL parece querer dar-se ao trabalho de se inflamar. Confusas, as leis deste Universo.
Ahh, eu não passo incólume pelo Inverno, não, senhor. Sofro muito com esta história do frio. Quando se é viciada em calor, estes meses sugam a joie de vivre e, chegando a Fevereiro, já gastei todas as reservas de resignação e perseverança. Acabou-se a brincadeira, dêem-me o Verão de volta!
Hit me, Shirley!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Quem Ganha ou Perde, Potato, Patato...
Nem vou realçar a performance do Ricky Gervais, não vou pôr aqui um vídeo de uma hora de momentos hilariantes. A importância dos prémios é facilmente questionável but, oh, the fun stuff in between...
Jimmy, Jimmy, Jimmy...
Estigmatização Matinal
Caraças, uma pessoa acorda levanta-se da cama enquanto o Sol ainda nem está no céu, arrasta-se, a custo, até ao quarto de banho e, quando dá por si, já se queimou no aquecedor a gás. Aquilo ainda é quente, suficientemente quente para me ter deixado a coxa quadriculada. Gera-se a discórdia entre a perna esquerda à arder e a direita a morrer de frio. Ganha a primeira, a dor, rapidamente, se torna insuportável. Bendito Halibut! Passo a publicidade, é claro, se a Medinfar quer propaganda (e só eu sei como este blog tem visitas, ó festa!), tem que pagar devidamente.
A minha pele lateja em jeito de acusação e olha-me com aqueles olhos tão vermelhos de inflamação. Prometo que tenho mais cuidado para a próxima, só não fiques feia e com cicatriz, só mais desta vez. É como se tivesse tentado fazer waffles da minha própria carne. Waffle, foneticamente, wófal. Não weifal, não weifar. E se for em francês é gaufre, que é como quem diz gôfrre, não gófre. Na dúvida, é gradinha, como a minha avó lhes chamava. Gradinha, é exatamente o que tenho marcado na perna, não vá o cavalinho perder-se no pasto. Em casa da minha avó havia um ferro muito parecido com estes.
Para fazer gradinhas no forno de lenha.
Le Déjeuner Sur L'Herbe transfigurando-se num blog de culinária. É a oitava categoria de blogs mais popular, muito à frente de Celebrity Gossip e DIY. Um dia, quando falecer e reencarnar numa fada do lar, quem sabe...
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sábado, 6 de fevereiro de 2016
O "Filme Dos Óscares" Que Vale A Pena Ver
The
Big
Short
- I don't get it. Why are they confessing?
- They're not confessing.
- They're bragging.
Petricor
Aquele cheirinho da terra molhada, depois da chuva.
Aquele, que surge logo após o choro angelical das nuvens sobre a terra e antes do arco-íris colorir o firmamento.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
sábado, 30 de janeiro de 2016
Apps e Dates Pela Net
"Muitas vezes, quando estou a lavar a louça e a ouvir a Antena 1, passam músicas muito giras, mas depois nunca dizem quem é o artista. Felizmente, existe o Shazam."
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
C'me On, Give Us A Break!
Maria Inês cresceu brincando com suas Barbies, claramente a minha atividade favorita durante muitos e felizes anos. Eu gostava da escola, gostava de ler, gostava do ballet, um pouco menos da natação, gostava ao quadrado de ver televisão. Nunca dei muita importância aos nenucos, nem ao ferro de engomar nem ao aspirador. As minhas Barbies eram tudo para mim. Foram muitas horas dedicadas ao faz-de-conta. As minhas Barbies eram mulheres lindíssimas que interpretavam lindamente os papéis que eu lhes atribuía, e foram muitos - do infantário ao 2º ciclo podem imaginar que os enredos variam consideravelmente. Não perguntem pormenores, que já não me lembro. Lembro-me, contudo, que eram mulheres trabalhadoras. As minhas Barbies nunca foram donas-de-casa (todo o respeito pelas mesmas), as minhas Barbies tinham namorados, por vezes dava um certo encanto à história, mas as suas vidas não giravam à volta disso. Elas tinham os mais diversos objetivos e preocupações.
Eu nunca pensei que houvesse grande diferença entre meninos e meninas, exceptuando algumas preferências de passatempos, claro, eu nunca consegui gostar, verdadeiramente, de praticar nenhum desporto. O meu irmão nunca me fez companhia e às bonecas, por muito bem-vindo que fosse. Mas como diz o outro, os gostos não se discutem. E eu, efetivamente, sempre achei que não se discutiam. Eu nunca acreditei que houvesse grande diferença entre meninos e meninas. A minha mãe pedia-me para levantar a mesa noventa e cinco por cento das vezes, ao meu irmão cinco, mas é porque ele nunca faz o que lhe peço, não queres ser preguiçosa como ele, pois não? Não, mãe, eu ajudo. E, de facto, nunca notei grande diferença, a minha avó acusava-me de ser desarrumada e de não ajudar a minha mãe, enquanto preparava o pão com marmelada para o meu irmão lanchar. Mas mais vais levar essa mini-saia para a escola? menos olha-me para esse cabelo, parece impossível, a verdade é que ela não fazia grande distinção. Eu até estou convicta que era a neta preferida da minha avó, ela só não queria que eu percebesse.
Olhando para trás, talvez tenha passado mais intervalos do que gosto de admitir ocupada a criticar cada uma das minhas colegas, à vez à vez. Eram muitas e uma pessoa tem de dissecar os defeitos com calma, não dá para ser tudo ao mesmo tempo, além de que eu não posso dizer à Ana que a Ana é uma falsa. Isso eu digo à Joana. Quando estou com a Ana, falo mal da Rita. Não é uma atividade assim tão simples. Ninguém estranhava muito, é uma coisa cultural e as tradições são para respeitar. Os rapazes falavam de desporto e jogos de vídeo, mas isso é porque o cérebro deles não tem a capacidade de ouvir atentamente a última cusquice enquanto fotografa mentalmente a nova blusa, mais decotada que nunca, da melhor amiga. Das duas uma, ou eles não são tão perspicazes, ou quem sabe, eles não são educados enviesadamente para reparar em tudo o que acontece, tudo o que não acontece e para analisar todas as razões pelas quais poderá ou não ter acontecido. Assuntos demasiado elevados para aquelas cabecinhas simplórias.
Francamente, tão dedicada que estive, durante tanto tempo, a dominar a dinâmica social e conseguir sempre ter assunto de conversa, não me fui apercebendo que afinal, não é só naqueles países horríveis de terceiro mundo, onde até tapam as mulheres, que se sente descriminação entre sexos.
Aos vinte e quatro anos de idade, ainda eu uma criança com a vida pela frente e o mundo a meus pés, já não tenho um almoço de família sem e quando temos o próximo casamento, Inês? Confesso que fico com alguma pena do meu irmão que é mais velho do que eu, mas com o qual ninguém se preocupa. Então ele não merece igual preocupação e carinho? Só se lembram de mim, um dia destes ele vai reparar que é posto de parte e há-de ficar magoado com a desconsideração. Bem como estou certa que também ele gostaria de ouvir o manual de Como fazer com que o teu yorkshire terrier cônjuge te seja fiel e submisso - truques e dicas. Não é justo!
Uma vez um colega disse-me que escrevo como um rapaz, nunca percebi o significado disso, mas ponho-me a imaginar o que será viver como um rapaz. Imagino que seja um tanto mais fácil do que viver como uma rapariga. Sim, em Portugal, não falo no Médio-Oriente ou na Índia. Sei lá, ser rapaz e não ter de ouvir de um empregador ah, eu precisava mesmo era de contratar um homem, já cá tenho muitas mulheres e depois fica aquele ambiente de salão de cabeleireiro. Não ter de ver algumas amigas tão ansiosas para encontrar o amor da vida delas um homem que as leve ao altar.
As minhas Barbies eram muito mais relaxadas, intrinsecamente livres nas suas escolhas. Eventualmente, o Ken poderia vir a ser o centro das suas vidas, aquele Ken especial, não a urgência de um Ken que dê sentido a uma existência. Acima de tudo, as minhas Barbies sabiam que não existe uma fórmula da vida no masculino e outra no feminino. Elas sabiam que existem tantas fórmulas para a felicidade, quantas há indivíduos.
Eu nunca me safei de uma aula de educação física com a desculpa da menstruação (e só eu sei como gostaria de o ter feito), nunca usei o facto de ser mulher para justificar fragilidades ou para me queixar da vida. Até porque nunca tinha sentido, realmente, que fosse uma desvantagem. Mas não há como negar que é. Não há como negar que os homens partem com uma vantagem histórica, que não parece esbater-se. Custa-me admitir, mas é verdade, que "tão gaja", é dos adjetivos com uma conotação mais negativa que temos. E, c'um caraças, as gajas são mesmo chatas, só estão bem agarradas a mandar mensagens o dia todo, são tão temperamentais, mesquinhas e complicadas. Mas estão a falar de quem? A maior parte das raparigas que eu conheço não encaixa neste perfil, também a maior parte dos rapazes que conheço não é um carneiro mal morto desejoso de ser manipulado por uma gaja passivo-agressiva que faz greve de sexo de cada vez que não leva a sua avante.
A minha professora de Ciências do 6º ano classificou a organização do meu caderno com um Satisfaz, porque para uma menina devia estar bem melhor. Já os meus testes, para menina, eram excelentes. Felizmente, naquela idade já (ou ainda) tinha a percepção da patetice que ela estava a dizer, mantive a minha letra péssima, até hoje. Igualmente, não há como não estranhar que na faculdade onde estudei, com uma esmagadora maioria de estudantes do sexo feminino, todos os cargos mais importantes (até na AE e na Praxe, sagrada Praxe), não havia mulheres. Aquelas esganiçadas!
Acontece que eu até sou uma mulher que gosta de saltos altos, de vestidos e maquilhagem, nunca percebi o que é um fora de jogo (nem tentem explicar), choro aos soluços sempre que o Leo morre por amor no Titanic, um cliché do caneco. Pretendo continuar assim, sem me preocupar com ter de usar calças para ser respeitada no trabalho e ter de usar saia para ser respeitada na vida. Permitam-me que vista o que me apetece a cada manhã.
Eu derreto-me por rapazes que se derretem por futebol, não se depilam, não pintam o cabelo, não põem base na cara... É só a minha preferência, não respeito menos um rapaz que se depile, provavelmente não vou ter fantasias com ele, mas também não lhe vou chamar nomes. Tal como não me incomodam as mulheres que têm pêlos na axila e que, valha-nos Deus!, os pintam de verde fluorescente. Notícia de última hora: as axilas da Luísa são, com efeito, da Luísa. Pronto, já que estamos nisto, deixem-me deambular um pouco mais sobre o homem dos meus sonhos, eu não sei muito sobre ele, na realidade, mas sei que é inteligente, não é um tonto que me elogia de vinte em vinte minutos, morrendo de medo que o comentário errado ligue o interruptor que me torna o monstro das hormonas. Para a maior parte das pessoas isto é evidente, essas espero que não se tenham dado ao trabalho de ler isto, credo!, isto já vai em mais de dez parágrafos e eu não disse nada que não seja axiomático. Para os mais céticos, o facto é que não existe guerra eterna entre homens e mulheres. Os homens não são uns inúteis nem as mulheres golddiggers à procura de um marido que lhe pague as contas (chiuu, pessoas assim há em ambos os lados).
Muito mais eloquente do que eu é a menina Adichie, ouçam-na. Eu sou só mulher, em Portugal, pobre coitada, não quero imaginar o que seja ser mulher e preta. Deve ser como jogar World of Warcraft no modo mais difícil. Não, ela ainda podia ser homossexual e portadora de deficiência (ou lá como é politicamente correto dizer).
“ I often make the mistake of thinking that something that is obvious to me is just as obvious to everyone else. ”
Se não têm tempo para tanto, vejam a versão resumida (<4 minutos).
E não é que a B quando resolveu escrever sobre coisas que, realmente, a interessam, fez um álbum, realmente, interessante. Ele há coisas!
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