sexta-feira, 22 de julho de 2016

Vai e Anuncia




Porque a História é cíclica, será sempre necessário parar e refletir sobre tudo o que já aconteceu até aqui. Tal como a História, a Política não pode ser feita de cabeça quente, uma cabeça que lateja com raiva, medo e preconceitos não tem capacidade para tomar decisões conscientes. A intolerância nunca gerou nada de bom. 
Os americanos até mereciam que ganhasse o Trump! Os americanos não são especialmente burros nem especialmente maus. Pelo contrário, é uma terra onde muita coisa boa acontece, todos os dias. No meu país, de onde partem tantos emigrantes, não vejo assim tão boa vontade para com os imigrantes. E também não vejo assim tanta lucidez em relação à Política. A minha cidade foi dirigida durante duas décadas por um homenzinho incompetente (excepto no que toca a campanhas e ganhar eleições), prepotente e corrupto. Mesmo quando se percebeu que até criminoso era, a popularidade manteve-se. E, tal como Trump, ele nunca se esforçou muito para disfarçar a sua índole. Os meus conterrâneos são tão espantosamente fáceis de convencer, mais eletrodoméstico, menos eletrodoméstico. O que não é de espantar, se virmos bem, o discernimento dos marcoenses é proporcional ao tamanho do espólio da biblioteca e do museu municipal: lamentavelmente escasso. Quando o Trump  perder nos EUA, digam-lhe para concorrer à Câmara Municipal de Marco de Canaveses, ganha tranquilamente. Sem sequer precisar de pavonear a sua bela esposa, importada da antiga Jugoslávia.
No meu pedacinho de terra somos sempre mais bonitos e melhores do que do outro lado da estrada. Vou reforçar a minha cerca porque o projeto de vida do meu vizinho da frente é, claramente, vir-me para aqui destruir o jardim. É a única coisa que ele sabe fazer, destruir jardins.
Aquela passagem bíblica sobre atirar a primeira pedra ecoa até hoje, a ignorância aliada a uma urgente prontidão para atirar pedras é a melhor construtora de muros e o mecanismo é sempre o mesmo, seja no meu bairro, seja a nível global. 


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