sábado, 20 de junho de 2020

Exercício de mal estar

O quanto cala rompe o peito
e engolidas as lágrimas escorrem pelo mesmo buraco a céu aberto
que lhe vai sorvendo a débil luz no olhar.
Denso
silêncio absorvente ecoando 
numa torrente que lavra na cabeça e desagua na boca
que não pode articular
a espiral que diverge a consciência mas se concentra
em grito sufocado nunca escutado,
mas que prestando alguma atenção poderia palpar-se.

A névoa gelada desce em redor, em arrastão
que abate tetos sobre o chão que é caminho
das horas vazias de cabeça insuflada
pelo quente que está esta lenta noite sem sol.

Pesam as coisas grandes e as mais pequenas -
que não têm um grama a menos,
só ocupam menos dor.

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