sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Versar as Mais Íntimas Aflições

Sempre que o bolso
do casaco
me devolve um gancho,
há um um brinco
que me cai,
pelo ralo abaixo.

Sumiu-me o batom
do cieiro,
fui comprar um igual,
o lábio inferior já gretado,
e aquele primeiro,
rolou detrás do candeeiro,
em excelente estado.



     Houvera um armário
     de infinitas gavetas,
     onde um objeto,
     em cada uma,
     metas.

     Na primeira,
     um índice
     das posições,
     prevenindo este vórtice
     de perdas
     e repetições.

     Oh, pudera eu
     guardar
     no meu braço,
     todo os totós do cabelo,
     tão menor o cansaço,
     de buscá-los
     noutro mundo paralelo.


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