domingo, 14 de abril de 2013

Os homens são todos iguais

Eu sou adepto da versatilidade de discursos, das ideias próprias e acima de tudo da evolução. Principalmente da evolução das ideias e dos discursos. Isso é que eu gosto, muito.
Eu não percebo porque é que pessoas com a minha idade, com boa formação e educação, acesso à cultura e ao que lhes devia expandir um bocadinho o painel de ideias, continuam a ter a mesma visão, e pior, a transmitir as mesmas ideias quadradas que aprenderam com 13 anos a ver as novelas da tarde.
Escolhi o cliché do título como exemplo meramente por ter-me deparado com ele e com quem insistia em lançá-lo como argumento recentemente. Não é que seja pior do que tantos outros, mas o ridículo que lhe é intrínseco até calha bem porque o torna um excelente representante da sua classe. Um excelente representante desse manancial de ideias feitas que se ouvem em conversas constantemente, sem espírito crítico.
É uma generalização ridícula. Tão parva que eu acho que nem vou refutá-la argumentando, vou só avançar essa parte, por piedade.
O uso dessa expressão identifica um grupo de mulheres muito característico — são todas iguais. Essas mulheres são todas iguais: adoram aquelas guerrinhas de sexos, apresentam-se como eternas vitimas, não sabem argumentar racionalmente deixando de lado a emoção mas acham-se muito boas em discussões, dizem que os homens todos iguais mas paradoxalmente acreditam devotamente naquele romantismo (amor segundo elas) comercial piroso e irrealista, e ainda mais paradoxalmente quando estão solteiras procuram um namorado sofregamente. Há também a versão da rapariga cuja relação acabou recentemente e que passa a vida a dizer o quão mau era o ex, e que da primeira vez que ele estala os dedos corre doida de volta para ele, qual cachorro amestrado.
Os homens serem todos iguais (e muitas outros clichés do mesmo calibre intelectual) era uma coisa que eu gostava muito de debater quando andava no 8º ano... Eu acreditava que já tínhamos passado essa fase, mas não. Talvez nunca passe, talvez o mundo esteja condenado a assistir repetida e eternamente a essa discussão infantil...

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