sábado, 24 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
Sexta feira
Ora há dois dias chegou a sexta feira, como chega todas as semanas, às vezes muito rápido, outras muito devagar. Por norma sempre rápido, porque o tempo costuma passar rápido quando se gosta de viver e só passa lentamente quando estamos à espera para viver, ou pelo menos à espera para poder viver mais do que achamos estar a viver na altura. Concretizando, o tempo passará devagar para um recluso que conta os dias para sair em liberdade. Passará moroso porque o recluso não considera que viver seja estar dentro de uma cela. O tempo arrastar-se-à viscoso à frente da grade porque o recluso espera sair e viver (experienciar) bem mais do que vive dentro da prisão. Se estivesse em prisão perpétua, após um período de adaptação, após o desmame da liberdade (que não digo que fosse curto), o tempo correr-lhe-ia tão ou mais agilmente que a nós. É esta variável de dois eixos, esta razão entre o que vamos poder fazer e o presente, e não propriamente o que estamos a fazer per se, que modula o nosso tempo psicológico.
A adaptação e a espera pela liberdade serão por certo o mais penoso numa prisão. Num Homem privado de liberdade a faculdade mais preciosa será sem dúvida a imaginação - a liberdade aplicada a uma realidade tão volátil como o pensamento. Uma liberdade irrevogável. Fruto da falta de escolha, essa liberdade - a imaginação - é exercida na intensidade máxima, gasta e usada como uma droga, vasculhada até nos recantos mais improváveis. Veja-se o caso de Dom Quixote, criado por Cervantes quando estava preso. Numa situação tão marcante como estar preso é natural que os primeiros sintomas assim como os que mais hão de prevalecer sejam associados a funções mais basilares, mais primitivas: reprodução, sexo - os tais recantos improváveis. Nada admiram todo o tipo de disfunções sexuais que ocorrem nas prisões, mesmo quando em pessoas que antes eram o que se costuma assumir por normais nesses parâmetros. Toda aquela imaginação confinada a uma cela, a privação, aquele tempo infindo para se questionar sobre tudo... afinal, por mais firmes que pareçam, quais serão as certezas capazes de resistir ao ataque constante das questões?
Tão importante como a imaginação é o seu substrato, as memórias. Mais directa ou indirectamente, é sempre nelas que a imaginação pousa e actua, vai distorcendo e modulando, cortando e juntando, até ser indecifrável a origem. As memórias são como um eterno molde em barro fresco. Se não se mexer nele, vai lentamente cedendo à gravidade, perdendo forma e contorno, esbatendo-se irreversivelmente. Se o formos pegando vamos sem dar conta deformando-o, alterando-o ao sabor da forma inocente como lhe pegamos de cada vez. E isto tira a autenticidade à memória, mas deixa-a à vista e mais preenchida. E antes um bonito anel de vidro na mão, que o um de diamantes perdido pelo chão.
E o que é que isto tem que ver com sexta-feira? Nada, porque eu não ia escrever sobre nada isto. A não ser que o anel se tivesse perdido na sexta, e aí tudo se justificava obviamente.
A adaptação e a espera pela liberdade serão por certo o mais penoso numa prisão. Num Homem privado de liberdade a faculdade mais preciosa será sem dúvida a imaginação - a liberdade aplicada a uma realidade tão volátil como o pensamento. Uma liberdade irrevogável. Fruto da falta de escolha, essa liberdade - a imaginação - é exercida na intensidade máxima, gasta e usada como uma droga, vasculhada até nos recantos mais improváveis. Veja-se o caso de Dom Quixote, criado por Cervantes quando estava preso. Numa situação tão marcante como estar preso é natural que os primeiros sintomas assim como os que mais hão de prevalecer sejam associados a funções mais basilares, mais primitivas: reprodução, sexo - os tais recantos improváveis. Nada admiram todo o tipo de disfunções sexuais que ocorrem nas prisões, mesmo quando em pessoas que antes eram o que se costuma assumir por normais nesses parâmetros. Toda aquela imaginação confinada a uma cela, a privação, aquele tempo infindo para se questionar sobre tudo... afinal, por mais firmes que pareçam, quais serão as certezas capazes de resistir ao ataque constante das questões?
Tão importante como a imaginação é o seu substrato, as memórias. Mais directa ou indirectamente, é sempre nelas que a imaginação pousa e actua, vai distorcendo e modulando, cortando e juntando, até ser indecifrável a origem. As memórias são como um eterno molde em barro fresco. Se não se mexer nele, vai lentamente cedendo à gravidade, perdendo forma e contorno, esbatendo-se irreversivelmente. Se o formos pegando vamos sem dar conta deformando-o, alterando-o ao sabor da forma inocente como lhe pegamos de cada vez. E isto tira a autenticidade à memória, mas deixa-a à vista e mais preenchida. E antes um bonito anel de vidro na mão, que o um de diamantes perdido pelo chão.
E o que é que isto tem que ver com sexta-feira? Nada, porque eu não ia escrever sobre nada isto. A não ser que o anel se tivesse perdido na sexta, e aí tudo se justificava obviamente.
![](http://latino-review.com/wp-content/uploads/2012/06/girls-in-prison-movie-poster-1956-1020515255.jpg)
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Oasis - The Importance Of Being Idle
Mais tarde ou mais cedo, todos pagamos pela nossa preguiça. A altura negra do semestre aproxima-se... E eu só quero dormir.
SPAM
Toda a gente sabe o que é spam, toda a gente sofre com spam, eu mesmo sou um caso paradigmático que têm um número de três dígitos nas mensagens a receber do e-mail.
O que talvez menos gente saiba, particularmente cá em portugal, é que SPAM também é, e já era antes, um tipo de carne enlatada. Muito mais popular na América do norte e no Reino Unido do que por cá, SPAM é o acrónimo de spiced ham, uma mistura de carne de porco pré-cozinhada com fiambre vendida desde 1937.
Coincidência? Não. As duas palavras não são iguais por acaso. A mais tenrinha das duas, a mais novinha veio da primeira e os responsáveis por isso foram os Monty Python. O grupo de humoristas inglês, perito no humor nonsense e talvez o grupo mais influente de sempre nos sketches de humor, é a ligação entre os dois significados através deste sketck que satiriza o racionamento de alimentos durante a segunda guerra mundial no UK e ao qual o SPAM foi dos poucos alimentos a escapar.
Fartinhos que deviam de andar os ingleses nessa altura, deviam comer mais SPAM do que um aluno universitário come atum, lembraram-se análogamente de aplicar o termo a algo que também lhes impingiam e já estavam fartos e à qual é dificil escapar.
Curiosamente a empresa que produz SPAM nunca se mostrou contra a utilização do termo para designar o correio (normalmente electrónico (sim porque há outros tipos de spam) ) não solicitado. Apenas exigiu que SPAM em maiúsculas fosse usado estritamente para designar o seu produto. Portanto, caro leitor, tu que nunca hás de escrever sobre esta carne enlatada também nunca escrevas spam com maiúsculas!
E para terminar, um desbloqueador de conversa: O Havai é o sítio onde se consome mais spam per capita. No Havai até há uma festa anual do spam. Lá é o único sítio do mundo onde o McDonald's e o Burguer King tem menus com spam. E hoje deve estar um dia bonito no Havai.
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Monty Python |
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Tim Walker
As fotografias de Tim Walker têm sido apresentados aos leitores da Vogue, mês após mês, por mais de uma década. Os cenários extravagantes e os motivos românticos caracterizam o seu estilo inconfundível. É fácil deixar-mo-nos enlevar pela aura de fantasia que predomina no seu imaginário.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-PIxLzA4YvcRCs6iYZwVN3f9Xv0kMR4CgnSOK2YrekH-1-X7Ic_QEvmh_c7lBimAK2qszTgmeKPilbcjcQ4CDo7BIAsRZkbmzTdHSPNZl_NCNKr8FrUIhJ5rlieqgBHWiy14MTn1tg0Tw/s320/Sem+T%C3%ADtulo10.png)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN_DYCgRciMxz4VgM_CsYHRai34xU7wyBp2hrNp1HwHhoO7ygWh-6yP7-kizoYpD4TJqBG0TAdr_SGOiC1eSRl7X8MWy_cTko_IyS32HMHp9dSc_fVi3pSpb1I1YM4Ee6Kl7pxcbsjiNhb/s320/Sem+T%C3%ADtulo16.png)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNQMecAmyE5v5vZ9FNIGzq-8FI38agOXWD8sg7AZN72RBptStc7n6ijwq_4mK3LkIR4PoyQNaPHjV0gMiOEkyEyrCEf68pXZHkUCHPpxucDKd1Lu2EZPsILCjOxvrFiL6KDcJ2pAhkBan8/s320/Sem+T%C3%ADtulo20.png)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzfwECfhNNZz-n0cN1319wJOz8ycx-U-n0aGQW25f17C3rfZsivbu9pUapOtoYZ_xZ6Xgp06tuFy_7Cg-qKDBwdwYcIIJgNfNBrASWyV_sMJQdZdNZYGdiKWH2JcpoaMZa31uK8RtLe9H2/s320/Sem+T%C3%ADtulo3.png)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSEnZcHcbCPDXgkLyjEOmESKie5H5T2PxNS770CEv9_pn_m3u3LCAaZyMxsnjzlLG6TlUEwdAKtKlh3ltJzLa5rfpISHkVMj-1XU41JC2bLd4awgNGjC81QWJZiF_kzjgN9P4-MVo23p-C/s320/Sem+T%C3%ADtulo2.png)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOdNJCRRixvYXReYlzkZdGti2W-lAZQ8hMshYV94hgS1faRIJ2jltxDhW2DaNlwDlKWKcLO21OQkutTnJkEzCithfePy9eyHkHH5AiAru10lLcclIihaj-8DIZqCCJCeaS_VylTCZkts-s/s320/Sem+T%C3%ADtulo7.png)
Hoje Apercebi-me Que
ainda há pessoas desinteressadamente bondosas na Terra. Esta tarde, na biblioteca da faculdade, uma rapariga que não me conhecia de lado nenhum emprestou-me o computador enquanto foi fazer um exame, sem que eu lhe pedisse fosse o que fosse. Percebeu que eu precisava de ir à internet e, sem hesitar, confiou em mim e ausentou-se durante uma hora e tal. Eu agradeci-lhe copiosamente e ela nem reagiu, como se eu estivesse a ser parva por ficar espantada com a generosidade. Então resolvi parar de dizer "és mesmo simpática!" e tratei de despachar-me a preparar a minha apresentação, antes que a minha benfeitora regressasse da gincana.
sábado, 10 de novembro de 2012
"Acreditação dos cursos do ensino superior começou pelos que tinham piores indicadores"
A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior analisou 420 dos cerca de 3500 cursos existentes no ensino superior, público e privado. Dos quais, 107 obtiveram avaliação negativa e serão forçados a encerrar nos próximos dois anos. Well done, keep up the good work!
Time
Finalmente tempo livre novamente! Que vem com a promessa de usar algum dele em prol do blog. Chama-se a isso reabilitar a relação.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Portuguese Sayings
Não há língua como o nosso português, é um facto. E o que diria um inglês se ouvisse as nossas preciosas expressões traduzidas à letra, bem à moda de um Zezé Camarinha. Ora tomem atenção.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinZX6e3ShcCAWO62SqCbBGAif3PBvzd0RFqocXaUrJTe2KbB7F-4fJg7nAVbcBzkNRbD_2auKT4ucFZ0J85-63rHRuQ_hE43NpQVyc6Nq6HG9gC4Gr9X66vLDXFSvIrvTjcWvhOLzUyVCu/s640/185168_271931999576892_2128502139_n.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-YM2uUiB5R9Gv2sjBGPH874NgRogsgcUb2jipoehGCPr0acsqfr3ghqjPtZD5yUbpdmEXolwJBdwh05p_cfszWZxZivWx3mKKLTiJuKJED3y-rJoXSi7_ik6uGdJAkV6CYiOH6Kj5MNLB/s640/536173_272077119562380_1600037948_n.jpg)
E aquele elogio que nem os portugueses entendem:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnu-V1B5s7r_YM7uYqMc1RYYT8DomrjUNqtWA85BqHbXWxc3mx6WIwrbsN1infUOiA-Hs6gLkN1o4-7gWbzJevosObtb9RPYsbF_G85QQ2ReEGUPOw51LnledO5m24MS_bwhyphenhyphenbXFQ3JhQQ/s640/527438_268973596539399_69493000_n.jpg)
Daqui.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinZX6e3ShcCAWO62SqCbBGAif3PBvzd0RFqocXaUrJTe2KbB7F-4fJg7nAVbcBzkNRbD_2auKT4ucFZ0J85-63rHRuQ_hE43NpQVyc6Nq6HG9gC4Gr9X66vLDXFSvIrvTjcWvhOLzUyVCu/s640/185168_271931999576892_2128502139_n.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-YM2uUiB5R9Gv2sjBGPH874NgRogsgcUb2jipoehGCPr0acsqfr3ghqjPtZD5yUbpdmEXolwJBdwh05p_cfszWZxZivWx3mKKLTiJuKJED3y-rJoXSi7_ik6uGdJAkV6CYiOH6Kj5MNLB/s640/536173_272077119562380_1600037948_n.jpg)
E aquele elogio que nem os portugueses entendem:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnu-V1B5s7r_YM7uYqMc1RYYT8DomrjUNqtWA85BqHbXWxc3mx6WIwrbsN1infUOiA-Hs6gLkN1o4-7gWbzJevosObtb9RPYsbF_G85QQ2ReEGUPOw51LnledO5m24MS_bwhyphenhyphenbXFQ3JhQQ/s640/527438_268973596539399_69493000_n.jpg)
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