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quinta-feira, 7 de março de 2024

Igualdade de oportunidades


Tenho uma planta seca

tão seca

tão morta

num vaso cá de casa.


Uma tragédia

dirão alguns

mas desconhecem

a história completa.


É que ela vive

viveu

toda a sua vida de planta

na banca da cozinha

a escassos dois metros da torneira


Eu surpreendo-me:

foi incapaz

uma vez que fosse

de se estender um pouco

e beber da cura.


Eu que durmo lá dentro num quarto

quantas vezes me levanto por um copo

da bendita e distante água?


Era uma planta bonita

lembro-me bem.


Uma pena, não ter dado para mais.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Todos Sabemos a Mesma Resposta.

Quando pensam na vossa própria morte o que contemplam? Ficam a intuir como será a experiência pós-vida? Ou ficam a imaginar como reagiriam as pessoas mais próximas, as mediamente próximas, uma pessoa particular com quem pouco interagiram, quem seria a pessoa que descobria primeiro, como seriam as logísticas fúnebres e sobretudo emocionais dos vivos?


No fundo

na escura cova do nosso âmago

antes da insinceridade de todos os filtros e bandeiras de que somos partidários

e que interpomos sempre

que nos debruçamos conscientemente sobre isto 

— no fundo —

todos diferentes temos igual convicção

que não há história

nem experiência

depois do fim.



Depois do fim não há nada.

Nada.

Nem mesmo vazio. Nem ausência. Nem nada.

Depois do fim não há.




A história escrever-se-á pelos vivos, o objetivo e o subjetivo pertencerão aos que respiram, quer a carne quer o éter são cognoscíveis pelo mesmo lado da barricada — os que não falam também não têm nada a dizer.

O nosso interesse historiográfico ou emocional pela nossa morte resume-se à experiência dos vivos, tal é a improbabilidade do resto ser relevante.

E um morto também não tem interesses.


domingo, 19 de setembro de 2021

Excerto retirado do meio de um poema que não pode ser publicado por não atingir o critério mínimo de qualidade


merda de ideias

merda de translação, isto estava tão mais bonito

na minha cabeça.

Aqui está menos poético

mais obstipado

talvez a vida seja assim

menos poética que o faccioso flow dos nossos pensamentos

e emoções

nós é que nunca os olhamos bem.

E ainda nos importunamos

com não ser belo o suficiente

se calhar era melhor arte

era uma fotografia mais honesta

um fruto sincero

— para quê tirar os caixotes do lixo do enquadramento

se a verdade é que estão lá?

domingo, 18 de abril de 2021

Posse

A posse é uma troca.

Parece unívoca, mas não é, é uma troca.

Quando se possui algo ganha-se um direito mas perde-se um grau de liberdade.

Quando nos movemos num estado prévio, pueril e casto — que nunca chega realmente a existir — movemo-nos livres, equidistantes de tudo, porque não há referencial. A posse estabelece uma posição relativa, que deve ser mantida, no sentido de garantir esse mesmo direito transacionado.

Nós, seres desenhados na selva, projetados para a escassez, estamos intrinsecamente dispostos a abdicar da liberdade — um dos poucos bens abundantes na era pré-moderna — pelo direito de propriedade. Mas a posse paga uma renda alta. A posse exige manutenção e tem onerosos custos alocados à preservação do referencial. A posse é um saco pesado e grande e uma preocupação com ele ainda maior.

A posse e o desejo de exclusiva propriedade são intrínsecos e também por isso poderosos. São anti-pluralistas e são anti-democráticos, pelo menos na assembleia interna de cada um de nós. Ofuscam. Falam num tom demasiado alto. Não dão espaço à expressão de outros pensamentos no referencial cognitivo-emocional.


A posse é ubíqua.

A única cura é o eremitério.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

No sentido ao lado

Há quem veja numa guitarra o corpo de uma mulher

Isso para além de ser um salto modesto

tem o verbo errado.

Não é ver.

É ouvir.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Quis Ser Infinito

Quis ser infinito
Quis ser uma semi-recta
Quis ser eterno
estender-me para sempre
e mais um pouco.
Quis vencer a morte
Cruzar o limite do silêncio
e continuar a falar.
A minha voz 
A falar
A falar
A falar
Ou um eco (eco eco)
Ou eco de eco (de eco de eco eco)
Dela.
Da minha voz.
A ouvir-se por aí, para além do tempo.
Tentei esticar-me. Dedos dendríticos como raízes, a infiltrarem-se para lá de mim no mundo.
Medo!
A ânsia de abarcar cada vez mais não é senão o sintoma do medo,
é a súplica de ter onde fincar as unhas
quando formos inexoravelmente puxados para a sombra.
Tentei ser poeta. 
Tentei fazer a música. Metafórica e real. 
Tentei descobrir algo. Descobri que é difícil.
Tentei ser bom.
Mas nem a minha poesia, nem a minha música, nem as minhas boas ações se pareciam reproduzir e assegurar uma descendência infinita.
Tentei loucuras:
com os resultados que se conhecem.
Tentei amar
Tentei que me amassem.
E os objectos do amor também eram mortais e finitos.
Então quis conhecer Deus.
Chegar à beira dele. 
Falar - lhe
em canal directo e privado — Iluminado.
Quis mostrar Deus — Profeta.
Até que quis ser Deus.
Tentei destilar-me.
Fugir à diluição a que se resume a minha individualidade entre oceanos de individualidades.
Quis purificar esse extrato
Puro
Precioso
Valoroso
que eu sei ser.
Só não vi bem ainda em quê. Nem ninguém viu. Mas eu sei que está lá.
Sinto-o tão bem, tão nitidamente, quase se vê, à luz do meu viés egocêntrico — oh, qual farol! 
Purificar e perpetuar essa fragrância, que o mundo tem direito a usufruir. Que é até imoral se não a der.
E só quando concretizei o esforço de chegar cada vez mais perto dessa minha essência é que percebi.
Era uma caixa, e dentro dessa caixa uma outra caixa, e dentro outra, e aí outra ainda, e aí dentro outra sequência como esta, e mais uma volta, e finalmente na última caixa:
nada.
E nada não dura. Muito menos para sempre.

Mas nada é o denominador que compõe o infinito. E o infinito não existe senão numa conceptualização, abstracta, quimérica, na mente de seres efémeros como eu.

Eu sou o que divide por zero.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Metanálise da Morte

Morremos sempre sozinhos.
Uma mão dada têm os afortunados, na hora última, a aconchegá - los.
Estão sozinhos na mesma.
Podemos viver com companhia, por vezes. Mas morremos sempre sozinhos. Podemos ter alguns corpos, físicos, a acenar do cais. Chorosos lenços de adeus erguidos ao vento. Mas no navio, de mão dada com a solidão, não vai mais ninguém. A travessia fazêmo - la sozinhos. Em terra ficam, os que ficam em Terra.
Não importa a que resquícios físicos achemos que nos agarramos. Do outro lado não há matéria que se leve. Nem notícias que se tragam.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

O Pouco Tempo que o Tempo Tem

Sabe-se que a vida é curta porque estamos sempre a ter de partir demasiado cedo e sempre a chegar demasiado tarde.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Perecível


Que perecível pode ser uma ideia.

Mal sonhada, que doçura. Que aroma avassalador, a penetrar-nos os sentidos e inebriar-nos na sua loucura. Na perfeição das coisas inacabadas, a ideia apaixona-nos e deixa-se namorar. Fica ali entre véus a ser contemplada, adivinhada entre transparências e ilusões, naqueles jogos de sedução e hipnose. Não é moderada e não se deixa moderar. Desrespeita quase sempre a lógica mesmo que more paredes-meias com ela. E desrespeita mesmo o seu mestre — já não — o seu vassalo, como o fazem as paixões.
E é quase sempre uma paixão bruta, abrupta, brota da bruma bramindo mal chega, qual brisa, que se nos abre no peito quente sem se deixar abraçar, que mais ainda que bela, é enfim, breve.

Não começa a amadurecer e quase sempre já se lhe fareja um travo azedo, um vertiginoso receio cresce abafando o encantamento. Uma decepção latente palpita amarga no coração. Quase nunca resiste a uma noite, às vezes nem mesmo a uma sesta breve. Tomada por uma putrefacção insidiosa, que afinal já lá estava desde a génese e que não aflorou à superfície senão quando toda a ideia já estava tragicamente acometida.

Assim o é, quase todas as vezes. Revisitar uma ideia estimada uns dias, uns meses, uns anos depois, é quase sempre penoso. Um certo constrangimento envolve o processo de observar todo o constructo na sua nudez. Sob a lanterna de luz branca dos não apaixonados os detalhes são defeitos e a volúpia são excessos.

E quem diria, que uma ideia podia envelhecer assim, mesmo dentro de nós, protegida na privacidade do nosso pensamento, mesmo sem a oxidação de uma discussão, da verbalização e exposição ao ar. Mas pode, e assim o é, quase todas as vezes.
Todavia, menos vezes do que quase nunca, uma parece vingar. Emerge paulatinamente entre o ruído e sobe o declive do tempo em contraciclo, cada vez mais suave, cada vez mais doce. Amadurece serena, despojadamente simples, desconcertantemente bela.


terça-feira, 15 de maio de 2018

Só por distracção, certamente.

Às vezes estamos prestes a beijar a mulher da nossa vida pela primeira vez e dói-nos imenso um ouvido.

Às vezes estamos no funeral do nosso melhor amigo e estamos cheios de vontade de mijar.

Às vezes até, o nosso filho nasceu e nessa mesma semana temos, ainda assim, de entregar o irs.

Às vezes temos uma das melhores ideias da nossa vida e de seguida o vizinho começa a ouvir música pimba indecorosamente alta.

É uma lástima que o megalómano Destino que cruza duas pessoas, separa outras duas, faz brotar um rebento num útero e outro no pensamento não baixe o volume de uma coluna.

Será o Destino sádico? Será a intendência superior da ordem das coisas adepta do humor non-sense ? Não me parece que características tão mundanas sirvam a uma entidade tão transcendental. Não se coloca tampouco a hipótese de um poder capaz de agir de forma tão magnânima se ver incapaz de intervir em coisas de tão menor calibre. E também não há qualquer dúvida que se afigura uma terrível gestão de recursos a mobilização de tantos meios para criar uma determinada situação e depois desaproveitar tanto a sua potencialidade com falhas em coisas tão mais pequenas. Só por distracção, conclui-se, se justificam estas situações, esta pouca atenção ao detalhe de um Destino que, compreende-se, terá muitos outros assuntos mais relevantes com que se ocupar constantemente.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A certeza é o estado de ignorância de pior prognóstico

O conhecimento é o processo de descobrir as razões pelas quais a resposta correcta é (sempre) "mais ou menos". 

Ou "depende".

Já vos escrevi sobre isto? Não estou certo. Escrevi isto há muitos meses num papel com o qual me cruzei hoje. Só a frase — o resto é reflexão de agora.

Quanto mais profundo é o conhecimento (em qualquer área) mais ele se aproxima do saber que nada é absoluto. Efectivamente quanto mais soubermos de uma matéria menos respostas taxativas podemos dar sobre ela. Porque não há verdades taxativas! Nem absolutas! Verdades absolutas são apenas sinónimo de conhecimento precário, insuficiente.
Isto é difícil e chato de explicar às pessoas. Porque no geral as pessoas querem precisamente uma resposta taxativa, simplista.
"Sim isto é mau." ; "Sim está correto." ; "Não, isto não faz bem." ; "Esta é a opção perfeita.".
Porque o mundo é mais fácil de lidar se for dividido em duas categorias, e o meio, o "depende", não é agradável. O depende passa a decisão para o nosso lado. E nós não gostamos de decisões — porque envolvem responsabilidade. 


Na mesma folha tinha também escrito: Na perfeita harmonia, perfeita apatia.
Mas discordo.
E não vou falar sobre isso porque não tenho tempo.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Não sei desenhar barcos

— Não sei desenhar barcos!
— E que tem isso?
— Tem que acho que precisava de desenhar uns.
— Precisas desenhar barcos e nao sabes?
— Creio que seja mais o inverso. Não sei desenhar barcos, e agora que me apercebi disso sinto que precisava de saber.
— Que tipo de barcos?
— Naturalmente galeões, que são os que menos sei desenhar.
— Pois, foi essa necessidade que nos levou a conquistar os oceanos. A dominar os mares! E em boa verdade tudo o resto.
— A necessidade de desenhar barcos?
— Não, a necessidade de fazer o que não se consegue.


Belíssima música deste filho da mãe cujo título me inspirou para este texto sobre a verdadeira razão de quase todos os feitos épicos.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Ratos de Museu

Já é antiga a rivalidade entre os ratos de biblioteca e de museu. Há mesmo racismo entre as duas facções (estive tentado a dizer raticismo e ia ser mau...).
Os ratos de biblioteca sempre se gabaram de viver na génese da cultura.
Os outros dizem que já havia pinturas rupestres antes dos livros.
Os primeiros respondem que os desenhos rupestres são apenas os antepassados das letras, um sistema de escrita primitivo. Bons tempos quando a palavra "cavalo" era composta por uma cabeça, quatro patas e um rabo.

Ignorantes! — dizem uns. Insensíveis! — retaliam de cima das estátuas os outros.
Imprecisos! — criticam do alto das estantes, dizendo que o seus métodos são os únicos confiáveis. Ditadores! — alegam no museu dizendo que não há liberdade nem espaço para a personalidade nas bibliotecas.

No museu os roedores consomem mais drogas mas apesar disso a taxa de mortalidade das populações é semelhante porque na biblioteca morrem mais de tédio, especialmente os ratos analfabetos claro está.

Dizem pela biblioteca que os livros são a cultura em estado casto, o conhecimento cristalizado no requinte mais sensual da sua pureza. Tão puro que, dizem eles, a leitura é o método mais fluido de transportar uma ideia, é mesmo a única forma de fazer ouvir-se uma ideia minha na tua cabeça, com a tua voz a pensar as palavras que eu escolhi. E é isso que eu te estou a fazer. A controlar-te a mente. A dizer as minhas palavras dentro da tua cabeça. Voltando aos ratos — já me exibi o suficiente.

No museu os ratos dizem que a arte (no museu os livros não são arte) é o conhecimento amaciado pela sensibilidade humana. Transversal à língua ou à literacia dizem. A brutalidade das ideias talhada para não ser indigesta. No museu uma lágrima chora-se, na biblioteca lê-se. E é esdrúxula!

É áspera a discordância entre os roedores.
Mas também, no fim de contas, o que percebem eles de cultura?

Já tentei dizer isto num desenho mas não consegui!

A melhor conversa do mundo

Perguntei a Deus se ele existia.
Ele respondeu:
— Não, não existo.
Fez-se um silêncio constrangedor e ficou-se por aquilo. Não o tenho por mentiroso.

Claro que a melhor conversa do mundo teria de ser entre o homem e Deus.
A segunda melhor é entre dois golfinhos mas não a vou transcrever hoje.




P.S.: dois golfinhos tatuados.
                                Numa nádega.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Infelic idade

Escrevo para desencorajar uma estratégia ridícula.

Ser mais infeliz não é sinónimo de ser mais adulto. 
Ser carrancudo também não.
A sério, partidários e praticantes dessa ideia, afianço-vos — não é!
Mas pensando bem talvez resulte, perante outros como vocês. Afinal de contas, se vocês acreditam que esse ar grave e aquele pesar postiço vos faz parecer mais maduros certamente é porque o interpretam assim nos outros. 
Provavelmente as pessoas mais velhas até serão, em média, menos felizes. Porque tem mais responsabilidades e problemas, porque a vida é mais monótona, ou porque os seus olhos é que já lhe vêm pior os tons, porque os níveis de endorfinas no cérebro decrescem com a idade, porque está escrito nas estrelas, porque com a idade vêm as cataratas e já não dá para ver essas estrelas, porque é difícil ser feliz quando nos doem "as cruzes", eu não sei. Agora não é certamente por serem mais maduros. E muito menos por serem mais sábios.
É risível essa atitude. 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Noite de Carnaval

Esta é uma noite rara. Nesta noite, e só nesta noite, os super-heróis descem a uma condição mais frágil, mais humana. Estão vulneráveis ao ponto de facilmente se poder encontrar o incrível Hulk a chorar baba e ranho na urgência porque torceu um pé, ou o Super-Homem que não aguentou com tantos shots como pensava (aparentemente super-homem ≠ super-fígado). E mesmo o Wolverine regenera tão mais lentamente que chega a necessitar dos cuidados do nosso SNS.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Frozen heart (2)

Há uns meses escrevi aqui uma reflexão com o mesmo título deste post. É ela, em súmula ou por inteiro, uma só frase:
"O bom de não ter sentimentos é não se poder ficar triste por causa disso."

Na altura não acrescentei sequer uma imagem, por não me ocorrer nada que encaixasse devidamente.
Mas entretanto passei por um quadro de Dali perfeito para isso — O nascimento de uma divindade.


Não me vou pôr aqui a descrever extensamente o quadro, mas aquele coração rochoso a emergir de um lago gelado, o torpor daqueles olhos... Dor, angústia? não, muito para além disso já — só entorpecimento mesmo. O apagamento emocional da figura... parece feita de encomenda.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A estupidez e o surrealismo

Num tabuleiro de xadrez algures na Índia, onde o pai do xadrez nasceu, está um puro-sangue lusitano à conversa com São Nicolau:
— Parece aborrecido... — comenta o equídeo como quem pergunta o que se passa.
— Nem vou estar aqui a contar-lhe toda a história, mas em resumo é isto: detesto gente estúpida! — reclama, desconcertado, o bispo com um barrete vermelho.
— Não despreze a estupidez — contrapõe o cavalo — que ela é o surrealismo dos pobres (pobres de espírito claro está)!

Entretanto, e sem os outros se aperceberem, passava um peão, partidário dos pobres de espírito, fazendo piruetas consecutivas, julgando-se, porventura, um pião.
Terá ouvido a conversa e gritou-lhes:
— E sabem o que é o surrealismo? — não esperou uma resposta — É a estupidez, só que cuspida da boca dos presunçosos! Só ganha o título quando lhe vão ver na etiqueta a origem!
Logo se gerou grande confusão entre São Nicolau e o peão, mas o burburinho não teve muito tempo de se espalhar. A rainha saiu dos seus aposentos e comeu prontamente o bispo. E restaurou-se o silêncio.
Claro que pelas vielas mais sombrias do tabuleiro se ouviam comentários de que o estado deveria ser laico e era um mau princípio aquele tipo de promiscuidade entre o clero e os governantes... mas há sempre más línguas.

Ao fundo, do outro lado do tabuleiro, do alto da sua perspicácia, dizia uma Torre que este texto tanto era uma auto-crítica como simultaneamente a sua defesa!

Dúvida existencial

Esta é uma dúvida que me passa frequentemente pela cabeça. Sempre que vejo ou uso a expressão.

Como interpretar a expressão First World Problems ?

Como uma expressão de chacota dos problemas de que o "primeiro mundo", o mundo ocidental, se queixa ?
Ou como uma ironia dizendo que o problema em questão é dos primeiros, dos mais relevantes, dentre os problemas do mundo (quando na verdade é irrelevante)?

Basicamente, dizendo isto de outra forma: como é que mentalmente lêem a expressão?

"First     world probems" ou "First World        problems" ?

alguém dirá agora, e muito bem, sobre este post :
First world problems...

sábado, 17 de janeiro de 2015

Sobre o extremismo e o fundamentalismo

Sobre o quão ridículos são.


Poe's Law:


Sem uma indicador óbvio de que se trata de humor, é impossível criar uma paródia ao fundamentalismo que não vá, ela própria, ser interpretada por alguns como uma afirmação verdadeira.