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domingo, 8 de setembro de 2013

A Cada Vez...

... que passo uns dias fora de casa, deparo-me com a ausência da minha almofada na cama. E, miraculosamente, encontro-a sempre no sofá da sala. --'


Será muito, pedir um bocadinho de respeito?

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A praia e o Homem recolector

Duas toalhas geminadas dão abrigo aos personagens principais da história de hoje. Ser personagem principal significa que toda a história, bem como as participações dos outros intervenientes, se desenrolam à sua volta.
Duas almas geminadas habitam então essas toalhas.
Um biquíni moreno veste um pouco da pele preta da rapariga na toalha da direita. O vizinho contrasta.
O cabelo escuro e longo, maioritariamente liso, por vezes reivindica o direito a ter vontade própria, soprado na brisa. O cabelo do vizinho também contrasta.
O vizinho, proprietário da toalha contígua, é um rapaz que Deus não abençoou com muita melanina mas compensou com um cabelo aloirado que cresceu aos caracóis. No vizinho nem os calções têm muito pigmento, são brancos e contrastam com o biquíni preto do lado. Onde há mais pigmento no rapaz é nas costas, mas é sintético: uma tatuagem grande dá-lhe um ar de bad boy que a cara não corrobora.
Abraçam-se. Ele afaga-lhe o cabelo com uma mão, a outra pousou no limbo. Para uns ainda costas, para outros já nádegas; eu cá não me manifesto sobre assuntos polémicos. Exerce aquela pressão exacta para transmitir a mensagem sem ser explícito. Talvez não se possa afirmar que aquela mão a esteja a puxar para si, mas muito menos que a deixa afastar-se livremente. É um gesto comedido.
Beijam-se. A mão transmite agora uma ideia bem mais decidida. Os corpos estão algo entrelaçados, mas o entrosamento é facilmente reversível por conta da rapariga. As pernas dela vão assumindo posições de dúvida. Os pés rodam para dentro e brincam por vezes com a areia. É vergonha?
Alguns metros ao lado, do lado do rapaz, uma outra rapariga vai assistindo. Curiosa vai julgando a indecisão da protagonista.
No hemisfério oposto, do lado das costas da rapariga, um juvenil vai invejando o protagonista. Está do lado certo para invejá-lo.
Mais atrás, uma mulher vai prestando mais atenção a esta história do que à do livro que está a ler.
Um casal com dois filhos revê-se na cena com nostalgia, mas não falam sobre isso.
O Mar é dos poucos totalmente indiferentes. Na praia todos são um pouco espiões.
Há na protagonista, deitada sobre o lado, um vale fértil entre as costelas e a anca. Aquele vale tem as condições ideais para o Homem deixar de ser nómada. Naquele vale, onde o sol incide amornando e doirando toda a geografia, a terra não é árida, não é seca nem pedregosa. Parece macia e húmida, perfeita para o cultivo. Ali cresceriam todo o tipo de sementes, assim fossem lançadas, e o Homem deixaria de ser recolector.
A incerteza da rapariga não permite nem que o Homem nem que a situação evoluam. O Homem, não se fixando no vale, mantém-se sujeito à fome e à eterna busca incerta, permanece nómada, mas guarda a esperança de encontrar outra oportunidade no futuro. O momento de intimidade, acaba por extinguir-se, pouco depois. A mão regressa, cabisbaixa. Talvez no fim da tarde.
Sentam-se. Conversam. É uma negociação. Ela cede, sem dificuldade — vão ao mar.
Levantam-se. Afastam-se. A rapariga deixa pegadas muito bonitas.
Os espectadores voltam para o que estavam a fazer.
O Mar continua indiferente.
Vocês voltam para o facebook.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Caros leitores,

Esta semana, tanto eu como o José Costa estaremos desligados desta maravilhosa plataforma que é a Internet e, consequentemente, da blgosfera. Partimos para o festival Paredes de Coura mas, não sem antes agendarmos alguns posts para minorarem a falta que sentirão de nós. ;)
Entre esses posts, estarão algumas músicas das várias bandas que actuarão no referido festival.

Atenciosamente,

Inês Barbosa 

sábado, 11 de agosto de 2012

Quebra-Cabeças

Não dizem que não há bela sem senão? Quantas coisas não surgiram, a priori, aos olhos da humanidade como sendo a resposta miraculosa para todos os problemas para que, logo de seguida, revelassem ter péssimas contrapartidas. A fissão nuclear, o TNT, os CFCs, o ecstasy...
Ora bem, há anos atrás, quando o meu pai me mostrou a tenda pop-up que comprara eu fiquei maravilhada. Depois de tantos anos de escutismo, tendo de armar tantas tendas, de cima a baixo - ou, antes de baixo a cima - do inícoo ao fim, de fio a pavio, ver perante os meus olhos uma tenda que se monta sozinha, foi incrível. Automaticamente, em menos de um segundo. Ei-la, prontinha a ser usada. Uau!
E tudo foi um conto de fadas por alguns momentos, enquanto olhava a tenda por fora e por dentro. Até à altura em que resolvemos guardá-la. Foi aí, que a porca torceu o rabo. Porque aquela engenhoca parecia ter vida própria e uma grande vontade de se manter montada. Tentámos mil e uma maneiras de a fechar, dobrar assim e assado, nada. Nunca ficou perto da forma inicial, semelhante a um disco, de modo a caber no seu saquinho de onde saíra, igualmente circular. Naquele dia, após muitas tentativas, desistimos de a domar. 
Desde aí nunca precisei de usar uma tenda pelo que também não pensei mais no assunto e fiquei somente com a ideia de que era necessário tirar um curso de engenharia avançada para resolver aquele problema. Todavia, para a semana vou acampar e precisarei de uma tenda para o efeito. Daí que hoje tenha voltado a enfrentar aquela maldita barraca. Abri-a e senti novamente, aquele assombro de quem lança um boomerang para longe e o observa a regressar por si só. Depois tentei dobrá-la, sem sucesso e com medo de acabar por partir uma das varas desisti e fui pedir auxílio ao meu pai. Ele lá conseguiu a proeza após algumas tentativas. O que me parecia impossível, afinal não é tanto assim, é até bastante simples. A maior complicação passa mesmo por descobrir o mecanismo. Então, para me certificar que fixava bem o modus operandi fui ao youtube verificar. Lá encontrei muita boa gente a querer ensinar-me, eis um dos muitos vídeos disponíveis, bastante esclarecedor, no caso de algum dos seguidores do blog pretender também estabelecer-se no campo.