Ora nós, Déjeuner sur L'Herbe, comprometemo-nos a voltar no início de Junho, e esse é que foi o mal. O mal foi instituir a obrigação. E não há área em que a obrigação mais mate do que na área criativa. Se eu for obrigado a lavar vinte pratos, lavo, e lavo até mais rápido do que se não for obrigado. Agora se eu for obrigado a escrever três poemas a história será bem diferente... Aqui foi isso que se passou.
Por isso volto a dizer o que já vimos: promessas são o provável início para desilusões.
Mas e o início o que é? O início é uma subdivisão do todo. A primeira delas. Há coisas que têm início, meio e fim, como as redacções da primária, três paragrafozinhos. Há outras coisas que têm mais divisões. Mas para existir um início só são estritamente necessárias duas partes, sendo a segunda o fim. Então dividamos o nosso todo — o mês de Junho — não num início, meio e fim mas apenas nas requeridas duas partes. Eis que vemos que 12, o dia de hoje, figura na primeira metade, isto é, no início, segundo esta definição!
E assim, apesar de tudo, não vos desiludi! Mas a que custo argumentativo... Portanto, moral da história: sempre que possível evitem compromissos que não são necessários, pelo risco inocente de não os honrarem!
P.S.: A outra área em que a obrigação mata tanto como na criatividade são as relações. Não quero com isto arar nenhuma terra para o meu conselho anterior adubar, mas claro está, cada um vê e pensa por si.
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