Estamos no Coliseu de Roma, momentos antes de entrarem para a arena dois gladiadores. O espectáculo só acabaria com a satisfação dos milhares de espectadores perante a morte de um deles. Os lutadores cruzam-se no caminho para as ante-câmaras.
Perante os sinais mal disfarçados de nervosismo de um deles o outro diz-lhe com aquele tom de amigo que faz uma crítica construtiva:
— Nescio quid illuc est quod ille nihil. Homo timidus de maxime probabiliter adepto hic mortuus...
(que é como quem diz em latim: Não sei para que serve estares assim, provavelmente aquele de nós os dois que estiver mais nervoso sairá daqui morto...)
Naquele momento a espada do que falou ficou mais aguçada, e o escudo do que ouviu ficou mais pequeno.
Depois acabei por não ver o combate porque tinha marcada uma dança de exaltação ao deus Esculápio para pouco depois. E é que aquilo estava a demorar para começar, parece que um dos gladiadores estava renitente em entrar para a arena... Tive de ir, na Roma antiga levavam-se muito a sério as cerimónias religiosas. Em todo o caso também só tinha pagado meio denário para entrar.
PS: Para uma experiência mais realista podem ouvir no tradutor. Mas têm que imaginar que é uma gladiadora.
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