Cometer um pecado.
Nem tanto. Meio pecado. Cometer só meio pecado. Para não chegar a pecar.
Será que não é correcto? certamente. mas também, caramba, ainda não é errado. ninguém quer discutir ninharias. avancemos, não é errado. é só brincar lá perto do limite. é aí que está o gozo. onde mais?
Começar por cometer meio pecado.
Conhecemo-nos bem. Sabemos até onde é meio pecado. Conhecemo-nos bem e conhecemos bem o limite. Só até meio. até um cagagésimo menos que meio, e arredondará sempre para baixo. Sim, isto é seguro. E interessante. Vamos lá! Que há de mais interessante e até ético que meio pecado? nada. Ora nenhum Homem é santo. É heróico cometer só meio pecado. Oh, se é! é um coito interrompido bem sucedido. A robustez do carácter, a determinação imperturbável... é nobre! começamos por aí e por aí ficamos. em meio pecado. nada mais.
— sabemos que não será assim. conhecemo-nos bem.
Será será. será talvez assim. conhecemo-nos bem. nem podemos pensar de outra forma. cometeremos deliberadamente apenas meio pecado. será então talvez assim, está combinado.
Tudo o que acrescer, tudo o que acresce, tudo o que acresceu, foi sem dolo. Sem dolo não há pecado. Toda a gente sabe. Sem dolo. Foi só um virtuoso desequilíbrio. Uma nortada que soprou mais forte, sem se contar. este inverno que até andava tão calmo. Soprou tão forte… e já se sabe, do outro lado a colina escorrega muito.
Portanto: sem dolo.
Sem dolo. Que sem dolo não há pecado.
— Nem prazer.
Merda!
Sem dolo não há prazer. foi um espirro. uma obscenidade involuntária. aos tropeções. Nem deu para a saborear. Uma polução qualquer de um espírito indeciso.
desperdiçar todo este esforço assim...?
Há que manter a intenção então.
Porque a culpa condimenta. E o dolo é o mérito das coisas más. E eu não vendo as minhas medalhas. Muito menos janto sem sal!
A intenção fica.
Mas não a intenção de um pecado inteiro! credo! Apenas a intenção de meio pecado. e a de escorregar depois. é quanto baste. Nunca a intenção de todo um asqueroso pecado. Isso não!
Assumo a culpa só de meio pecado. Aliás, quase meio pecado. isso sim, tive culpa. Isso e de ser pouco cauteloso nas contas, e pronto, está visto, no meio da confusão, os imponderáveis, a distracção, o azar, tudo à mistura, uma pessoa escorrega e quando se dá conta sabe-se lá onde está. Foi uma imprecisão de cálculo este resultado.
Mas por minha vontade foi só meio, nem tanto. Juro.
Eu nunca cometeria deliberadamente um pecado.
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